terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Diferença do Camisa 10

Aqui no sul temos uma cultura de que o jogador que assume a camisa 10 de qualquer equipe, seja ela da capital ou do interior é inquestionável e absoluto titular. O que não podemos esquecer é que para se manter em tal posição, o cara tem que estar afim de jogar bola.

Ou seja, demonstrar em campo que merece ser titular e que, ainda por cima, pode até ser presenteado com a braçadeira de capitão. Na capital temos dois exemplos bem distintos de jogadores Camisa 10.

Exemplo 1- O camisa 10 do Grêmio, Douglas, está longe de ser um jogador mediano ou até mesmo um craque de bola. Só que se enquadra perfeitamente em um atleta de ótima qualidade técnica e que pode decidir uma partida a qualquer momento.

Mas não é o que apresentou em campo nos últimos jogos de 2011 e apresenta nos primeiros de 2012. Um jogador sem pegada, desleixado em campo e com pouca vontade de jogar bola. Resultado: banco de reservas no treino do Grêmio para a partida contra o São Luiz de Ijuí.

Se essa posição de reserva não mudar a postura do jogador, nada me convence de que a diretoria tricolor irá dar um jeito de negociar o meia. Fato que já foi bastante cogitado no início da temporada.

Exemplo 2- O camisa 10 do Inter, D'Alessandro, viveu dias de herói e vilão em menos de duas semanas. Tem um perfil explosivo, mas em campo é extremamente dedicado e focado na partida. Para ele não tem bola perdida e se precisar ainda ajuda na marcação.

Com a iminente possibilidade de sua saída, os torcedores colorados ficaram apreensivos com a perda de sua referência técnica. E a reposição seria à altura? Será que vão achar alguém como ele? Questionamentos que passaram pela cabeça dos colorados e que não havia nenhuma resposta consoladora.

Voltou a se tornar o ídolo maior do Inter nos últimos tempos quando decidiu ficar e abandonar a proposta milionária da China. Grupo de jogadores se mostravam mais relaxados e mais felizes com a permanência de D'Ale.

Vitória sobre o Once Caldas passou literalmente pelos pés do meia. Foi um passo importante para ingressar na fase de grupos da Libertadores. Qualquer resultado por diferença de um gol na Colômbia coloca o Inter no grupo de Santos, Juan Aurich e The Strongest, mas para isso precisa marcar pelo menos um gol.

São peças fundamentais nos esquemas de suas equipes, mas precisam mostrar que podem ser indispensáveis. Pelo que vemos de Douglas e D'Alessandro, só um deles está em alta com a torcida. Já o outro...

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Esquema ou elenco?

Qual é a preferência dos torcedores: ter um elenco que se enquadra no esquema tático preferido do treinador ou ter um treinador que saiba montar um esquema tático que contemple as características do elenco que tem?

Meio complexo, né?! Mas explico melhor... O que se vê nos clubes de futebol é a contratação de um treinador para trabalhar com um grupo pronto, que já tem seus vícios futebolísticos - e não estou falando dos vícios extra-campo... - e que na maioria das vezes foi montado pelo ex-treinador.

Daí começam as críticas sobre o trabalho do treinador ou o rendimento de um ou outro jogador. E o que se vê: culpas recaindo sempre sobre o comandante da equipe. Óbvio que não vou eximir alguns treinadores de más escalações ou de "fritar" atletas. e isso acontece sim.

Mas também temos que levar em consideração que um trabalho não pode ser julgado por quatro ou cinco jogos e algumas boas e outras más atuações da equipe. É preciso dar tempo de trabalho para os comandantes e que eles sintam confiança no trabalho por parte dos dirigentes. Senão, por que o contrataram?

Mas como aqui no Brasil as coisas são sempre julgadas no imediatismo, não duvido que o ganhador de um campeonato de ontem seja o vilão da perda de dois ou três jogos de amanhã. Já escrevi sobre esse tema há algum tempo e naquele post citei Sir. Alex Ferguson e seus longos anos à frente do Manchester United. Títulos? Muitos. Derrotas? Várias. E o cargo à perigo? Não. Pela simples convicção dos dirigentes - e já passaram vários por lá - e por acreditar na continuidade do trabalho.

Deixem os comandantes trabalharem!!! Não foi isso que falaram para o Lula no início do seu primeiro mandato?

domingo, 29 de janeiro de 2012

Eu não aguento mais novelas.

Não sei se sou eu que ando sem paciência para certos assuntos do futebol ou o meio esportivo anda chato pra caramba. Essas histórias de contratações e negociações são algumas das coisas que andam me incomodando.

Todo dia é um noticiário inteiro sobre o Fulano que vai para tal clube, mas dará resposta na semana que vem ou Beltrano está acertado com um clube, mas não fechou com o clube detentor dos seus direitos ainda.

É uma chatice atrás da outra. E quem fica no meio desse fogo cruzado? Imprensa e torcedores. Já explico por que.

A imprensa está no seu papel de questionar e buscar toda e qualquer informação que possa ser revelada e até mesmo as que não podem vir à público de jeito nenhum. É a sua função. Ponto. Dirigentes, procuradores, empresários e jogadores precisam entender que eles só perguntam setecentas vezes a mesma coisa porque não existe transparência no futebol.

Todas as negociações são feitas as escondidas. Eu disse TODAS!!!! Sem exceção! E isso incomoda o torcedor que não sabe como ficará seu clube se tal atleta sair ou se o reforço esperado não chegar. O torcedor, que é o principal financeiro de todo o processo - isso mesmo, quem financia qualquer transação do futebol é o torcedor.

É ele que compra os produtos da marca Y porque patrocina meu clube, ou tem conta no Banco X porque é parceiro do meu time. A cada troca de fardamento ele aumenta sua coleção de camisetas para estar sempre atualizado co o uniforme do seu time de coração.

Sem contar nos que são sócios de seus clubes e ainda pagam ingresso para assistir os jogos. Quando não estão acompanhando a delegação em qualquer canto do estado, país e mundo. Todo esse esforço não é compensado com transparência e clareza nas negociações dos clubes.

E não estou citando aqui Grêmio e Inter especificamente. Se formos analisar, todos os clubes estão ou estiveram envolvidos em alguma "novelinha" de negociações e renovações de contrato. E que isso está ficando chato, Ah! está....

sábado, 28 de janeiro de 2012

Listas são sempre polêmicas...

Guardei nos meus favoritos o link de uma notícia que li no Globoesporte.com sobre os melhores goleiros dos últimos 25 anos e não é surpresa para ninguém que qualquer lista feita sobre qualquer assunto em qualquer momento, vai gerar discussão e polêmica. E essa não vai ser diferente...

A listinha foi divulgada pela  Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS) na quarta-feira, dia 25. Fui olhar e opinar sobre os eleitos e me espantei com alguns goleiros que vi figurarem entre os dez melhores.

Coloco aqui a lista dos dez primeiros e depois vou fazer considerações:

Classificação:
1. Gianluigi Buffon (ITA) - 226 pontos
2. Iker Casillas (ESP) - 213 pontos
3. Edwin van der Sar (HOL) - 201 pontos
4. Peter Schmeichel (DIN) - 179 pontos
5. Oliver Kahn (ALE) - 162 pontos
6. Petr Cech (RCH) - 154 pontos
7. José Luis Chilavert (PAR) - 146 pontos
8. Walter Zenga (ITA) - 132 pontos
9. Andoni Zubizarreta (ESP) - 132 pontos
10. Claudio Taffarel (BRA) - 130 pontos

Considerando que a votação foi feita com especialistas, não entendo o que o paraguaio Chilavert fez de tão excepcional assim para estar a frente de Taffarel, por exemplo. Uma coisa eu tive que concordar: Buffon é realmente o melhor goleiro que eu vo nos últimos vinte e cinco anos.

Os critérios para os pontos de cada goleiro não sei informar, mas Zenga, Zubizarreta e Taffarel atrás de Chilavert é, no mínimo, uma piada. Dos goleiros que citei acima, dois tem pelo menos uma Copa do Mundo no currículo e Zubizarreta fez parte de uma seleção espanhola que encantou na década de 80, mesmo não conquistando nada de expressivo.

Críticas à parte, não tenho muitas mudanças a fazer na listagem dos TOP 10. Claro que troca de posições são obrigatórias, mas as figuras devem ser as mesmas. Algum que outro goleiro esquecido pode aparecer e se colocarmos critérios de conquistas outros brasileiros virão, mas o Chilavert.... OPINE!!!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Agora sim, estrearam...

Ontem foi o dia de estreias no futebol do Rio Grande do Sul. e não estou falando só de Marcelo Moreno que fez sua primeira partida oficial pelo Grêmio. A estreia foi do bom futebol dos dois clubes: Grêmio e Inter.

Grêmio conseguiu sua primeira vitória no Gauchão e com uma atuação bem mais convincente dos que a apresentada contra o Lajeadense. Se impôs frente ao fraco time do Canoas e saiu com uma vitória de 3x1, com direito a gols feitos pela dupla de ataque Marcelo Moreno e Kléber.

O que ainda preocupa é o sistema defensivo. E ficou evidente quando Caio Jr. mexeu na equipe e alterou seu esquema tático. Colocando Gabriel no lugar de Marco Antônio, ele trouxe Mario Fernandes para a zaga e passou do 4-4-2 para o 3-5-2 com dois alas que apoiavam muito, sendo um dos gols de Gabriel, após um rebote da falta cobrada por Léo Gago.

Caio Jr. na sua coletiva se mostrou satisfeito com o desempenho do Grêmio tanto no primeiro quanto no segundo tempo, mas enfatizou que a mudança fez com que o time fosse mais agressivo e certamente o resultado da partida passou pela troca do sistema de jogo.

Quanto ao Inter, escrevi no site A Dupla Grenal na terça-feira que a torcida seria a peça mais importante para o jogo contra o Once Caldas - link do meu texto lá: Começar de Novo - e não foi diferente. Torcida apoiando o clube durante os noventa minutos, mesmo quando o time não mostrava a mesma pegada do início da partida.

Podemos resumir o jogo em duas etapas: o primeiro e o segundo tempo. Primeiro tempo de luxo do Inter! Não deu espaço para os colombianos e D'Alessandro mostrou porque é querido pela torcida e que sua presença é de suma importância para o grupo. É o ser pensante do meio campo colorado. Dos pés dele saiam todas as jogadas ofensivas e foi dele o passo para Damião abrir o placar

Com a característica do centroavante, aproveitou a desatenção da zaga e recebeu a bola livre para deslocar o goleiro com um leve toque. E depois disso ainda teve outras chances que não conseguiu converter em gols. Na partida de volta, Damião será importantíssimo na classificação do Inter para a fase de grupos da Libertadores da América. Um gol marcado na Colômbia obriga o Once Caldas a vencer com uma diferença de dois gols para conseguir eliminar o time gaúcho.

É verdade que ainda estamos no início do ano e os jogadores recém saíram da pré-temporada para mostrar mais qualidade e entrosamento, mas a garra e a alma gaúcha, essa sim estreou ontem...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Quem ganha a batalha?

Post tava para ser escrito pela tarde, mas não houve possibilidade porque o Gu consome qualquer tempo que tu tenha livre. O que eu postei foi em 20 segundos se não menos...

Minha perguntinha se refere a uma batalha que está acontecendo no Velho Continente. e na verdade são duas batalhas dentro de uma só. O que vale mesmo é o caneco da Liga Espanhola, mas a artilharia do torneio também é bastante cobiçada.

E a briga é óbvio que se restringe a no máximo meia dúzia de clubes... Quem se destaca de verdade são Real Madrid e Barcelona, a maior rivalidade dentro da Espanha que eu já ouvi falar - só perde para a rivalidade Bra-Pel e quem conhece sabe do que eu tô falando...

Na última rodada, show de Messi e Cristiano Ronaldo. O argentino fez nada mais do que TRÊS gols na vitória do Barça sobre o Málaga. Já o português fez dois em cima do Atlético Bilbao.

Na disputa pela artilharia, vantagem do português: 16 gols contra 15 de Messi. No campeonato, Real possui uma vantagem de cinco pontos sobre o rival. Só por curiosidade, a diferença entre o segundo e o terceiro colocado é de NOVE PONTOS.

Estamos na vigésima rodada das trinta e oito do torneio e a superioridade das duas equipes é avassaladora. Não vejo forma de alguém tirar o título de uma das duas equipes.

Para ilustrar um pouquinho só o texto e a superioridade, videozinho com os lances dos protagonistas da última rodada:

Tem outra saída?

Direção gremista acaba de informar oficialmente que Giuliano não vem mais para o grêmio. o DNIPRO, clube que detém os direitos federativos do jogador, não aceitou a proposta que beirava os 8 milhões de euros pela compra do meia atacante.

O Grêmio apostava todas as suas fichas na contratação do jogador, tanto que enviou uma comitiva à Espanha para negociar diretamente com os dirigentes do clube ucraniano.

Resta saber se com a negativa de negociação existe um Plano B, pois fica claro que o grupo é qualificado mas precisa de contratações. Além de mais um meia, o sistema defensivo necessita de reforço urgente.

Isso ficou mais evidente na partida contra o Lajeadense, válida pela primeira rodada do Gauchão. Com falhas individuais e coletivas, o tricolor foi derrotado pela equipe de Lajeado por 2 x 0 em pleno Olímpico.

Próximos dias veremos se a direção gremista está com alguma outra carta na manga para qualificar o grupo.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A saída de mais um craque?

Era para ser a estréia do Inter no Gauchão 2012 o assunto do momento, mas não foi. A saída do meia colorado  está mexendo com os ânimos e tirando o sono dos torcedores do Inter.

Andrés D'Alessandro está deixando o clube e se transferindo para o futebol chinês. Isso mesmo está indo jogar na CHINA. É claro que o nível de jogo de lá não é nem perto do nível de jogo da Segundona Gaúcha, mas a grana que ele vai receber é simplesmente maior que o dobro do que ele ganha no Inter.

Aí eu pergunto: quem aqui em sã consciência não gostaria de receber pelo menos 2/3 a mais do salário que ganha atualmente? Será que é um erro grande deixar o clube para ganhar mais?

Tudo bem. Vocês vão falar que estou me contradizendo logo no post seguinte ao que escrevo sobre o Amor à camiseta e o dinheiro dos milionários clubes Europeus e da Europa Oriental. Mas não podemos esquecer que o clube do coração de D'Alessandro é o River Plate.

É claro que ele tem um carinho enorme pelo Inter e com certeza será bastante difícil para ele sair de Porto Alegre onde é ídolo e sinônimo de títulos para o clube, mas é o seu clube de amor verdadeiro?

Será uma perda enorme para o futebol do Inter, para o futebol gaúcho e também para o futebol brasileiro. A sua saída pode deixar ele longe também da seleção argentina, uma vez que se esconder nos confins do futebol chinês não chama a atenção de ninguém e o pessoal até esquece que você existe.

Podem ser essas três coisas que pesem na decisão de D'Ale: o carinho pelo clube e pela cidade e a proximidade com a seleção. Aguardemos os próximos capítulos de mais essa novela do futebol brasileiro.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Alguém ama a camiseta???

Jã vi de tudo no futebol. Ou melhor, quase tudo. Quando eu era pequeno, o futebol era mais feito de paixão do que de dinheiro. Claro que os jogadores ganhavam uma graninha para fazer o que os jogadores hoje fazem ganhando milhões. Só que o amor pelas camisetas que vestiam era bem maior do que o suposto amor de hoje.

Boleiro entra no clube novo e a primeira coisa que faz é beijar escudo para agradar torcedor. Torcida é passional mesmo. sempre foi e sempre será. Só que o amor dos atletas termina quando a conta bancária está prestes a engordar um pouco mais.

Cito alguns episódios do lado "certo" e do lado "errado" dessa "paixão" dos atletas:

1- Caso Rogério Ceni e Marcos: Dois ídolos nos clubes que atuam e atuaram (no caso do Marcos que se aposentou jogando pelo Palmeiras). Só vestiram a mesma camiseta durante toda a sua carreira. Isso mesmo, eu disse TODA A CARREIRA!!! E não é que não tenha surgido propostas de outros clubes. Surgiram sim e de clubes grandes da Europa. Mas ambos não foram movidos pelo dinheiro. Claro que ganham grana no São Paulo e no Palmeiras, mas amam os clubes onde jogam. Ponto!

2- Caso R10: Ronaldinho Gaúcho nasceu e cresceu no Grêmio e já declarou todo o seu amor ao clube. Em uma matéria gravada para a TV disse que jogava no tricolor até de graça. Não foi o que acabou acontecendo. Surgiram as cifras astronômicas do Flamengo e o seu assessor e irmão não pensou duas vezes: Vamos para a grana ao invés do amor... As cifras estão em falta há seis meses. e o amor virou ódio no coração dos torcedores.

3- Caso Thiago Neves: Ele já jogou no Fluminense e fez dancinha quando acabou com o time do Flamengo. Já jogou no Flamengo e destroçou a defesa do Fluminense. está voltando ao Fluminense e com certeza irá desmantelar a defesa do Flamengo na primeira oportunidade. Só que declarou amos pelos dois clubes.

Como fica isso? É o mesmo que amar duas mulheres? Muitos dirão que é possível. Não acredito. Ponto.

Ou o amor dessa boleiragem é muito fútil ou só fazem tipinho pra conquistar torcida que daqui a pouco vão apunhalar pelas costas. Não é mais fácil assumir que todos jogam pela grana e que o "amor" pelo clube do coração não existe? Fica a reflexão.......

sábado, 14 de janeiro de 2012

Entrevista no Crônicas - Décio Lopes

Para dar continuidade ao trabalho desse espaço que foi criado para aproximar o leitor das personalidades do jornalismo esportivo gaúcho e nacional trazemos para vocês mais uma edição do Entrevista no Crônicas.
O entrevistado de hoje é o jornalista Décio Lopes. Décio nasceu em São Paulo e vive no Rio de Janeiro. Trabalhou na Tv Globo como repórter e editor chefe do Globo Espoerte e Esporte Espetacular durante 14 anos.
Desde 2004 é apresentador do SPORTV onde tem um programa que ele mesmo produz, o Expresso da Bola e também participa de vários programas da grade principal da emissora.
Viajando à trabalho ou à lazer, já conheceu mais de 60 países e na entrevista ele nos conta qual o seu preferido.
Curta a entrevista com ele abaixo:
Luciano Coimbra: Na tua carreira jornalística, o esporte foi a primeira opção?
Décio Lopes: Sim. Na dinâmica de grupo, no concurso para estagiários da TV Globo, foi feita a pergunta sobre qual seria a sua área de preferência. Eu pensei em música (gosto muito de rock. Na época gostava mais ainda) e cultura. Mas falei esporte – outra paixão. Na época Luis Fernando Lima, hoje diretor da Central de Esportes, era chefe de redação, assistia à dinâmica e foi meu orientador.

L.C.: Nas entrevistas que você já fez para o Expresso da Bola, qual a matéria mais exótica e o entrevistado mais difícil de conseguir um contato?
D.L.: Jogadores nunca são fáceis de serem achados. Nunca. Sempre dão canseira. Mas é assim mesmo, é do processo. E acaba sendo divertido.
Hoje, depois de tantos anos, claro, a gente pega a malandragem, torna-se conhecido dos jogadores e assessores e tudo fica bem mais fácil. A gente já sabe o caminho das pedras. E, felizmente, tem credibilidade com a boleirada – o que é fundamental.
Os recordes de “canseira” ?? Rs rs rs
Robinho, sempre um clássico. Gente boa demais, meu camarada. Mas é ensaboado. Ronaldinho Gaúcho é outro. Meu camarada, gosto muito dele. Mas é muito requisitado (na epoca do Barça então…) para entrevistas. Então é pedreira.
Dois que não consegui entrevistar: Jardel, nos tempos do  Sporting. Marcamos quatro vezes mas ele não apareceu. Embora, seja importante ressaltar que sempre telefonava e inventava uma desculpa. Foi engraçado, folclórico.
Outro foi Fábio Rochemback. Imagine… Nos tempos de Sporting também. Marcou e não atendeu mais o telefone. Ainda se fosse o Maradona…
Com todos os outros, felizmente, mais cedo ou mais tarde, falamos e tivemos ótima interação. De um modo geral a boleirada é bem mais humilde e simpática do que dizem.

L.C.: De tantos lugares já visitados, qual deles você moraria e qual não voltaria por preço algum?
D.L.: Não troco o brasil por lugar algum. Moramos no melhor país do mundo. Disparado. De todo modo, gosto muito de Londres, Roma, Buenos Aires e Istambul. Moraria feliz em todos esses lugares. Já morei um ano e voltaria a viver em Paris. Com prazer.
O pior lugar onde já estive é a Índia. Realmente detestei o país, embora respeite quem goste e tenha opinião diferente. Viva a diferença! Mas, para mim, Nova Déli é uma soma do que há de mais desesperador em uma cidade.
A Arábia Saudita também não é mole, não. E eu jamais viveria em lugares onde o frio é assombroso e onde nao há luz do sol por meses seguidos. Lugares como a Escandinávia, com ótimos níveis sociais, mas onde eu realmente não gostaria de viver.

L.C.: Nas suas andanças pelo mundo, já viu conversou com muito craque, mas também deve ter visto muito amador sem oportunidade. Como o futebol consegue essa façanha de endeusar e também deixar no anonimato tantos atletas?
D.L.: O futebol, como quase tudo na vida, depende em grande parte de sorte. Do acaso. É loteria mesmo. Não basta ter talento, não basta estar em um grande clube, sob a orientação de um bom treinador…
É preciso que as coisas simplesmente aconteçam. É assim em todas as áreas, embora no futebol a diferença do sucesso para o fracasso possa ser entre a riqueza extrema e a pobreza completa.  Isso é cruel. Mas é assim que é.
Eu ouço casos incríveis de jogadores, que atuavam com grandes craques nas divisões de base. Talentos que simplesmente não deram em nada. Sem grandes motivos. Aconteceu. Ao passo que jogadores medianos estão muito bem, obrigado.
De todo modo, mesmo sabendo que parte do processo é não-controlável, o que cada um – no futebol, na engenharia, no comércio ou no jornalismo – deve fazer é esforçar-se ao máximo. Dar o melhor de si. Suar o que for possível, ter raça e sangue. Se as coisas derem certo, ótimo. Se não derem, paciência. Você fez a sua parte. Fez o que era possível.

L.C.: Nos momentos de lazer, qual é a tua prioridade?
D.L.: Ficar em casa. Conviver com a família. Viajo um bocado e tenho que aproveitar os momentos em casa. Adoro. Fico muito feliz dentro da minha casa.
Claro que quase sempre com a TV  ligada em um bom jogo de futebol. Aliás, se não for bom, tudo certo também. O importante é bola rolando.

Décio Lopes

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Será a última??

Não consegui acreditar no que aconteceu quando li a notícia de que mais uma vez o zagueiro Sorondo sofreu uma nova ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito, o mesmo que ele havia operado no ano passado quando atuava pelo Inter.

Deve ser uma notícia desesperadora para o jogador e sua família. Saber que o seu corpo não suporta mais as cargas de treinamento que até então eram fáceis de aguentar. Saber que o seu joelho vai precisar passar por uma nova reconstituição ou está encerrada a carreira de jogador.

Complicado para a direção gremista que apostou suas fichas no jogador e que se certificou de que o joelho operado estava cem por cento. Complicado para os jogadores do grupo que já demonstravam estarem amplamente entrosados com o atleta e agora veem ele ser desligado do elenco devido à lesão.

Complicado para o torcedor que fica sem saber se a direção realmente averiguou todas as possibilidades de o atleta estar mesmo recuperado do que ocorreu no ano de 2011. Complicado até mesmo para os ex-colegas de clube de Sorondo que mesmo ele estando no rival, demonstraram solidariedade com a situação do atleta.

Não se sabe ao certo o que acontece com o jogador. Pode ser uma predisposição genética às lesões, pode ser uma série de casos isolados e que consideramos fatalidades, pode até mesmo ser ele um atleta azarado... Não sabemos e creio que nunca saberemos.

O que resta agora a todos do meio esportivo, jornalístico e aos torcedores que deem força ao cidadão Sorondo. Esqueçam os clubes para qual torcem. Esqueçam a rivalidade entre azuis e vermelhos. Levem em consideração o sofrimento de uma pessoa que não está podendo exercer aquilo que sabe de melhor, que é jogar futebol.

Depois da reconstituição, é vida que segue. outros clubes virão ou até mesmo Grêmio ou Inter. E que a recuperação seja feita com toda cautela do mundo, para que ele possa voltar a jogar futebol. caso contrário esta lesão pode ser a última, por que ali, na mesa de cirurgia, se encerra uma carreira...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Acabaram os Milagres

Pelo título você deve estar pensando: O Luciano enlouqueceu e resolveu escrever sobre religião. Tá certo que futebol e religião se confundem um pouco - diga que não conhece alguém que é fiel ao seu time mais que a Deus... - mas o post é sobre o encerramento de uma carreira de milagres variados dentro das quatro linhas do gramado.

Marcos Roberto Silveira Reis, para muitos esse nome não lembra nada. Se eu falar de São Marcos aí sim a memória do leitor se enche de imagens e defesas literalmente milagrosas e que colocaram o Palmeiras no topo da América e por muitas vezes no topo do Brasil.

Uma carreira marcada de decisões por pênaltis que consagraram o goleiro camisa 12 do Verdão como o Santo do Palestra Itália. Marcos foi protagonista de várias defesas dificílimas que tiraram o Palmeiras do sufoco, mas também foi o responsável por colocar na galeria de troféus do mesmo Palmeiras o maior título que o clube já conquistou: a Libertadores da América.

Outro fato que entra para a história do goleiro é nunca ter vestido outra camiseta que não a do seu time do coração. Marcos só atuou pelo Palmeiras durante toda sua carreira. Muitos irão falar que ele foi o goleiro do penta, mas em clubes, a carteira de trabalho dele só teu um carimbo, o verde do Palestra.

Já que tocamos no assunto seleção brasileira São Marcos foi, junto com Ronaldo Fenômeno, protagonista da conquista da Copa do Mundo de 2002, operando seus milagres durante a fase classificatória e também na final contra a Alemanha. É dele uma parcela da conquista daquele título.

Mas de todas as defesas e frangos sofridos, Marcos sempre foi um exímio pegador de pênaltis. Cada decisão que se dava nas cobranças da marca de cal localizada a onze metros da linha do gol, o torcedor palmeirense ficava com um sentimento de angustia e confiança ao mesmo tempo. Angústia pela decisão em sí, mas confiante por que ali estava São Marcos. E santo não abandona seus fiéis...

Marcos parou. Pararam os milagres no Palestra. Mas irão ficar marcados na memória do torcedor alvi-verde e de todo torcedor brasileiro.

Um vídeo para ilustrar o que acabei de escrever. As imagens falam por si só.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Entrevista no Crônicas - Alice Bastos Neves

2012 chegando e para retomar as atividades a pleno vapor, mais uma edição do Entrevista no Crônicas, desta vez com a apresentadora e repórter da RBS TV, Alice Bastos Neves.
Alice, que é pelotense como eu,  é apresentadora da edição gaúcha do Globo Esporte. Também já apresentou o RBS Esportes e o TVCom Esporte Clube, além de participar das reportagens sobre a Dupla Gre-Nal e esportes olímpicos.
Uma curiosidade sobra ela é que é torcedora assumida do Brasil de Pelotas, mais conhecido como Xavante, que tanto já escrevi aqui no blog
Aproveitem a entrevista abaixo e conheçam um pouco mais sobre essa pelotense:
Luciano Coimbra: Quando despertou em ti, a vontade de ser jornalista?
Alice Neves: Acho que desde sempre fui jornalista. Sempre gostei de ouvir e contar historias e a curiosidade me acompanha a vida toda. Não consigo ver o fato acontecendo e não chegar pertinho pra ver do que se trata. Se alguém me conta uma história, já imagino como seria contar pra outras pessoas. No colégio, adorava redação. Então sempre tive na minha personalidade os ingredientes para ser jornalista.

L.C.: Das matérias que já fizeste, qual a mais emocionante e a mais inusitada?
A.N.: Todas as matérias que fiz no período em que cobri os “esportes amadores”, que eu prefiro chamar de “outros esportes”, foram emocionantes. Na imprensa esportiva o domínio é do futebol, por uma necessidade de mercado. E os investimentos também estão no futebol. As outras modalidades acabam ficando à margem. Então quando cada atleta se superava e batia um recorde, fazia rifa e conseguia viajar pra disputar um mundial, conquistava uma medalha, era como se a conquista fosse minha também. As matérias inusitadas apareceram mais quando entrei na apresentação do Globo Esporte. É cada imagem curiosa, cada fala inesperada que cai na minha mão. Minha missão é transformar isso em texto pra apresentar ao telespectador.

L.C.: Existe alguma matéria que tu classificas como “a desejada”?
A.N.: Matéria não consigo lembrar, mas cobertura esportiva sim. Cobrir Copa do Mundo, Olimpíadas são o momento máximo da carreira de um jornalista esportivo. Ainda não tive essa oportunidade, mas a Copa aqui no Brasil está chegando e vai ser um momento de muito aprendizado pra todos nós.

L.C.: Trabalhar com o jornalismo esportivo sempre foi tua maior determinação?
A.N.: Não. O jornalismo esportivo que me escolheu na verdade. Quando saí da faculdade não tinha um foco muito preciso de onde gostaria de trabalhar. Gostava de rádio, de revista… Mas nunca tinha pensado nem em televisão e muito menos em esporte. Só que surgiu uma entrevista para uma vaga de repórter na área de esporte da RBSTV. Como negar? Fui aprovada e me apaixonei pelo esporte imediatamente. Hoje não consigo entender como nunca tinha pensado nisso! Tem a ver com meu perfil, meu jeito de ser, de ver a vida. Enfim, o jornalismo esportivo me escolheu e eu me apaixonei por ele!

L.C.: Nos momentos de lazer, tua prioridade é…?
A.N.: Meu noivo, minha família e meu amigos. Sou totalmente do dia! Adoro um churrasco na beira da piscina! Amo praia! E procuro estar sempre reunindo as pessoas. Manter perto as pessoas que amo é minha prioridade total!


Alice Bastos Neves

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Grupos Fechados. Será?

Falei que não iria escrever durante as férias, mas foi muito mais forte do que eu. Não estou mais conseguindo ficar sem escrever, nem que seja um pouquinho. Tenho postado algumas crônicas no site A Dupla Grenal - meu outro espaço onde coloco minhas entrevistas e também escrevo sobre futebol gaúcho (link aqui: A Dupla Grenal) - mas depois do Natal, só fiz minhas obrigações com as entrevistas.

Voltei aqui para falar dos grupos fechados de Grêmio e Inter. Mas será que estão fechados mesmo? Direção colorada coloca que as contratações poderão se encerrar já na primeira e única feita até agora: Dagoberto. Ainda deixa no ar a contratação de um zagueiro experiente, mas a montanha de dinheiro pedida por Naldo e Miranda afastaram os dirigentes de um acordo e possibilidade de não contratar ninguém para a posição aumenta.

Já a direção tricolor foi a que mais investiu entre os grandes clubes para a temporada 2012. Já trouxe oito reforços e a lista pode não estar completa. Ainda acenam a possibilidade de chegar Giuliano, ex-Inter e Carlos Eduardo, ex-Grêmio, para completar o grupo de jogadores.

Os dois clubes demonstram que estão focados na temporada de 2012 como sendo o ano de voltar as grandes conquistas, depois de um 2011 com pouquíssimos triunfos dos gaúchos. Inter na Libertadores e Grêmio na Copa do Brasil e Sul Americana podem dar mostras de que o Rio Grande do Sul está voltando ao foco do cenário futebolístico nacional com força máxima. Aguardemos.....