Mais uma edição do Entrevista no crônicas e sua versão Copa do Mundo.
Meu entrevistado de hoje também já apareceu aqui no blog e volta para nos trazer suas experiências e opiniões a respeito do evento maior a ser realizado em 2014 aqui no Brasil.
Jota Junior vai nos falar das suas copas do mundo, e o que acha sobre a seleção e a construção dos estádios.
Acompanhe abaixo a entrevista dele.
Luciano Coimbra: Quantas copas você já cobriu,
in loco ou a distância?
Jota Junior: No local: 1978, 1982, 1986, 1990, 1994 e 1998. As Copas de 2002, 2006 e 2010 fiz do Brasil, narrando e apresentando programas do evento.
L.C.: Qual a tua expectativa para a Copa 2014?
J.J.: Espero uma Copa como todas as outras, ou seja, cheia de emoção. É um evento super especial. Acho que nossos estádios serão bem elogiados, pois afinal são novos e modernos. Talvez fiquemos devendo no aspecto de mobilização urbana, e nesse item não andamos bem na organização.
L.C.: Qual a tua opinião sobre a construção dos estádios fora do eixo
central do futebol no país, tais como Manaus, Brasília, Cuiabá e
Natal?
J.J.: Os estádios fora do eixo principal do futebol brasileiro deverão se auto-sustentar, segundo dizem os empresários que investiram neles, funcionando como uma espécie de shopping comercial, abrigando lojas, cinemas, casas de shows e etc. E se não for assim, é claro que estarão condenados ao ostracismo e grande prejuízo.
L.C.: Qual a projeção que tu faz do time do Brasil para a Copa 2014?
J.J.: Com o potencial que tem o jogador brasileiro ( ainda é o atleta mais cobiçado pelos grandes clubes europeus ) e com o futebol desenvolvido na Copa das Confederações, a Seleção de Felipão entra forte em mais um Mundial. Outra vez o Brasil vai constar da seleta lista dos favoritos, com Alemanha, Itália, Argentina, Espanha, principalmente. Devemos levar em conta, entretanto, que Copa do Mundo é um "torneio" rápido e que à partir da segunda fase é eliminatório e onde qualquer vacilo é fatal. Outra coisa: o Brasil, por ser sede, será mais cobrado e pressionado a ganhar, o que às vezes atrapalha o grupo no aspecto emocional. Mas com a experiência de Felipão e da maioria dos nossos jogadores, isso deverá ser administrado, evidentemente.
L.C.: Felipão conseguirá fazer o mesmo trabalho da "Família Scolari" de
2002 em 2014?
J.J.: É complicado repetir no futebol campanhas que marcaram lá atrás. Acho difícil repetir a "família Scolari" em toda a sua essência de 2002, pois as circunstâncias eram outras, os jogadores eram outros, o futebol jogado era diferente. Mas que o treinador usará do mesmo expediente psicológico para que isto ocorra, certamente usará. Aliás, é uma de suas características principais. Tomara que consiga.
L.C.: Tu acredita que as outras seleções que disputarão a Copa do Mundo
vão ter receio de enfrentar o Brasil em casa?
J.J.: Por mais que nós, brasileiros, teimemos em desmerecer a qualidade do
nosso futebol, e isto infelizmente tem ocorrido bastante e por causa da
forte influência da bola européia em nossos torcedores, as seleções de
fora respeitam profundamente o Brasil. Ainda mais jogando aqui em
nossos gramados. Isso ficou claro na Copa das Confederações, até pela
poderosa Espanha, que se curvou ao futebol brasileiro na decisão. Mas
se o Brasil não for o campeão de 2014 o mundo não irá acabar. Nem o
futebol. Devemos sempre respeitar os resultados negativos e estudá-los,
compreende-los, aceitá-los. Faz parte do esporte.
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Jota Junior, narrador do canal SPORTV |