terça-feira, 18 de março de 2014

No futebol, tem muito disso...

O título pode servir para muitas coisas...

"No futebol, tem muito disso..." deixa aberta a possibilidade de completarmos a frase com várias opiniões e situações que encontramos seguidamente dentro do esporte.

Mas vou falar especificamente sobre a transferência de responsabilidades.

Nesse final de semana que passou, o Corinthians acabou sendo eliminado na fase de grupos do Paulistão 2014.

Até então, uma situação estranha, mas compreensível se formos analisar a campanha do Timão nessa primeira fase.

Mas como assim compreensível??? Os torcedores do Timão não compreendem, os jogadores não compreendem e nem mesmo o técnico Mano Menezes compreende.

Perfeito! Não devemos nos acomodar e aceitar uma situação como essa de desclassificação de um time que tem uma das maiores torcidas do país.

O que não podemos fazer é repassar aos outros a nossa responsabilidade pelos fatos ocorridos.

A chance do Corinthians de se classificar passava por uma vitória do seu maior rival, o São Paulo e mesmo assim ele ainda precisava vencer a sua partida contra a Penapolense - isso mesmo que você leu: PENAPOLENSE!!!

Acabou ocorrendo que o São Paulo perdeu para o Ituano e com esse resultado, mesmo que o Corinthians vencesse a Penapolense, não conseguiria mais se classificar.

Resultado: jogadores e o técnico do Timão deram entrevistas bem calorosas no pós jogo, insinuando que o tricolor paulista havia entregue a partida para desclassificar seu rival.

Mas peraí!?!?!?!?!?!?!?!

Quem foi que não conseguiu os pontos necessários para chegar em tal ponto da fase classificatória com tranquilidade e sem depender de resultados paralelos???

Quem foi que não venceu seus próprios jogos e acabou sucumbindo em empates e derrotas enquanto seus adversários avançavam na tabela???

Quem foi que deixou de fazer a sua parte, mesmo que a combinação de resultados acabasse por não favorecer???

Como fica fácil a gente transferir a responsabilidade de um fracasso para outros, mesmo que indiretamente eles tenham alguma relação com o fato.

Será que depender de resultados paralelos é garantia de que nossas conquistas estão asseguradas?

O que mais me irrita nisso tudo é que os jogadores e comissão técnica do Corinthians creditam ao São Paulo um fracasso que partiu da inoperância do seu grupo de jogadores.

Esse fracasso tem um dono com nome próprio e não é o São Paulo. O nome dele é Corinthians. E não tentem transferir essa culpa.

Quem ganha salários pelo Timão e não conquistou os resultados necessários foi esse grupo atual e não os jogadores do São Paulo.

Quem não mostrou aplicação nas partidas e acabou por perder pontos importantes no início da competição não foram os jogadores do São Paulo.

Vamos então assumir que não foi feito o necessário dentro dessa instituição chamada Corinthians?

É mais bonito e a torcida curte mais ainda quando o elenco reconhece que perdeu por suas ações e não pelos resultados de terceiros...

sexta-feira, 14 de março de 2014

Colocaram preço!!!

Julgamento do caso de racismo contra o árbitro Márcio Chagas(Foto: Paula Menezes/GloboEsporte.com)

Simplesmente colocaram preço nas coisas. E isso pode ter aberto um precedente tão grande e perigoso para ações futuras.

No julgamento que ocorreu ontem na FGF a respeito do caso de racismo denunciado pelo árbitro Marcio Chagas contra a equipe do Esportivo, a pena imposta ao clube da serra foi absurdamente patética.

Quando se cobrou da CONMEBOL uma postura mais contundente no caso da morte do garoto boliviano por causa de um rojão lançado pela torcida do Corinthians, aí servia tomar atitudes exemplares.

Só que quando uma ocorrência de intensidade tão grande quanto ao caso que citei acima acontece na nossa província, temos outros olhares com relação ao exemplo da punição.

NO mesmo julgamento, tivemos opiniões divergentes quanto a punição que deveria ser imposta ao clube serrano. O auditor-relator Paulo Abreu iniciou a votação decidindo pela aplicação das penas máximas ao clube: Exlcusão do campeonato e multa. Paulo Nagelstein votou pelo pagamento de multa de R$ 20 mil e perda de mando de campo em 5 jogos. Álvaro Paganotto também optou pela pena máxima ao Esportivo, assim como o auditor-relator Paulo Abreu. Já o auditor-presidente Marcelo Castro votou na aplicação de multa de R$ 30 mil e perda do mando de campo de 5 jogos para o Esportivo.

Quais dessas punições foi aplicada ao clube???

A MAIS BRANDA DELAS TODAS!!!!

Acabaram de colocar preço num crime que de acordo com a Constituição Federal, dentro dos seus artigos, classifica a prática do racismo como um crime inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. 

Óbvio que não vamos mandar prender o presidente do clube, mas se de acordo com a nossa lei maior o crime é inafiançável, como podemos colocar preço dentro do TJD da FGF???

Será que alguém já se colocou no lugar do árbitro - como eu já escrevi no meu outro post sobre esse assunto... - e pensou na sua reação ao saber dessa "pena" para o Esportivo.

Passou a ficar barato ser racista dentro do futebol. Multa de R$ 30 mil e perda de 5 mandos de campo.

Para quem se coloca no lugar do Marcio ou para quem já passou por algum episódio semelhante, fica a reflexão se não estamos banalizando as coisas quando entram na esfera futebolística...

terça-feira, 11 de março de 2014

Minhas novas experiências...

Baú Futebol Clube
Meu mais novo projeto saindo do papel

Já contei aqui no blog minhas experiências dentro e fora de quadra - como "atleta" e como treinador.

Vou colocar para vocês agora uma outra experiência que tá sendo muito legal e estou fazendo com que ela se torne mais um ramo de trabalho e outra profissão além da minha de professor (Sim, eu sou professor... Tá, já sei que fui burro quando escolhi isso, mas é muito gratificante ensinar os outros a aprenderem)

Como alguns já sabem, estou fazendo as transmissões esportivas pela Rádio estação Web - www.radioestacaoweb.com - e agora vai pintar mais um projeto meu e que tomou forma e conteúdo: um programa de rádio.

Para aqueles que ainda não me ouviram, aqui tem alguns áudios de entrevistas feitas por mim e participações nas jornadas esportivas da Rádio Estação Web: https://soundcloud.com/lucianocoimbra

Tenho formação de radialista feita no início do ano passado e a possibilidade de eu ingressar em um curso de jornalismo está se tornando cada vez mais forte.

Pintar com minha voz em um programa já está concretizado.

Pensei em um projeto diferente do que temos nas rádios hoje. Juntar música e futebol.

Alguém acha que não é possível? Pois bem, o Baú Futebol Clube foi criado para mostrar que temos como fazer e de uma forma bem legal e descontraída.

A ideia do programa é trazer para os ouvintes alguma campanha marcante de algum clube do Rio Grande do Sul (nesse início quero focar no nosso estado...) e junto com isso as músicas que mais tocaram no ano dessa campanha.

É quase como se eu estivesse mexendo em um baú e revirando memórias musicais e futebolísticas.

Em cima disso trago fatos históricos da campanha em questão, bem como alguns áudios da época de gols mais marcantes, entrevistas ou até mesmo apresentações em programas esportivos da época.

Tudo isso pelo rádio.

Espero que vocês curtam o meu programa e que estejam sempre na audiência.

A estreia? Dia 22/03/2014, um sábado.

O horário? 10hs da manhã. (Nem tão cedo e nem tão tarde, ou seja, não tem desculpa para não ouvir...)

O canal? www.radioestacaoweb.com (Já coloca nos favoritos do teu navegador e vê no site como escutar pelo seu smartphone ou tablet.)

Aguardo a audiência de vocês!!!

Abraço.

quinta-feira, 6 de março de 2014

A cor muda alguma coisa???

2014. Sim, já passamos de dois milênios e ainda temos atitudes de seres irracionais.

Me respondam uma coisa: a cor faz diferença pra vocês? Pra mim, não!!

Já estou cansado de ver discriminação por conta de cor, credo ou sexo. E mais chato é saber que essas pessoas acabam por disseminar isso.

Racismo é crime, assim como homofobia e como discriminação religiosa.

O que aconteceu com o jogador Tinga, há menos de um mês e o ocorrido ontem com o árbitro Marcio Chagas da Silva é mais uma prova de que tem gente no mundo que não usa o que ganhou de Deus, ou usa para outros fins.

Estou falando do cérebro.

Já fizeram o exercício de se colocarem na posição do outro antes de qualquer atitude? É difícil, mas evita que se faça muita coisa sem pensar.

Pensem que o ocorrido poderia ter sido em uma cidade completamente habitada por negros e que o árbitro fosse um cidadão ariano, bem branquinho, cabelo louro e olho azul.

Faria alguma diferença? Pra mim, não!!

Seria racismo igual e por mim, amplamente abominado.

O Marcio foi colega de trabalho da minha esposa no Grêmio Náutico União. E eu tive a oportunidade de conviver com ele por algum tempo. É uma pessoa sem igual. Simples, bem humorada e pronta para ajudar.

Não merece o que passou ontem. Aliás, NINGUÉM MERECE!!!

Até quando vamos ter que aceitar e conviver com esse tipo de comportamento irracional e discriminatório?

Se medidas severas não forem tomadas - e aqui falo no âmbito do futebol, com punição aos clubes que assim se comportarem - nada irá mudar.

Só aguardo um posicionamento do Clube Esportivo, da Federação Gaúcha de Futebol e do TJD com relação ao episódio.

Passará despercebido? Espero que não.


Marcio Chagas da Silva
(Foto: Diego Vara)