domingo, 15 de fevereiro de 2015

Entrevista no Crônicas - Carmelito Bifano

Mais um entrevistado pinta aqui no blog.

O Entrevista no Crônicas de hoje é com o jornalista do Correio do Povo, Carmelito Bifano.

Carmelito nos conta um pouco da sua trajetória dentro da profissão e fala também sobre futebol do interior e lazer.

Curtam a entrevista com ele abaixo:

Luciano Coimbra - Como foi a tua escolha e o início na carreira de jornalista?

Carmelito Bifano - Como a maioria dos jornalistas esportivos, me criei presente nos jogos da dupla e sempre grudado no rádio. Meu falecido pai era um apaixonado pelo esporte e não perdia um jogo. E eu junto. Sempre sonhei trabalhar no rádio. Tive ideais malucas de me oferecer para puxar fio (de microfone) de graça (esqueça, se você um dia cogitou. Risos), só para ficar perto dos profissionais e aprender, mas a vida me levou para o papel e depois para o digital.
Com 15 anos comecei a trabalhar. Vendia fechaduras para a construção civil. Sempre ligado em todas as rádios que tinham programas esportivos. Em 95, entrei como auxiliar de redação do jornal Zero Hora (oportunidade que ganhei da Vânia Weber, minha madrinha). Escrevi para a maioria dos cadernos e algumas editorias nos nove anos que lá trabalhei. Esporte fiz no Diário Gaúcho (oportunidade que ganhei do mestre Adroaldo Guerra Filho) e no Final Sports, site que criei junto com o empreendedor e meu irmão que ganhei da vida César Cidade.
Criamos em 2000 e desde o primeiro dia tínhamos duas metas. Ser sucinto, para a fácil, rápida e democrática leitura. E com o maior número possível de informações da dupla, divididos em vários textos curtos, para não prender o cara em um textão. Evitando ao máximo a especulação (de compra, venda, salário e precisão da informação) e creditando tudo que era possível para os “donos” da informação. Fizemos as primeiras transmissões ao vivo de áudio e vídeo via internet do Estado. Quando era quase discada.
Tivemos acessos malucos que chocavam donos dos maiores servidores de Porto Alegre. Um teve que dobrar o cabo de entrada e saída de dados para atender a demanda. Com todas dificuldades, César lutou para o site seguir na luta, mas 10 anos depois a “covardia” da publicidade para com o pequeno... Depois passei três anos e meio no UOL Esporte e um mês antes da Copa fui demitido para o site fechar o gasto de 2013 no verde. Quinze dias depois fui contratado pelo site do Correio do Povo. Deixei de ser um especializado para ser um generalista. Oportunidade única para ampliar o espectro da minha atuação. Estou gostando muito da oportunidade. Em todos os aspectos.


LC - Trabalha no rádio, jornal ou captando imagens para as matérias?

CB - Como sempre trabalhei como mídia digital (Final, UOL Esporte e Correio), faço todas as funções possíveis dentro do jornalismo. Edito, sou comercial, produzo, escrevo, tiro foto, gravo, sou repórter, editor, administrativo e tudo mais. “Coisa da modernidade” da profissão que nem é regulamentada no país.


LC - Como é trabalhar dentro do esporte num estado tão passional como o Rio Grande do Sul?

CB - Nunca tive problemas. Desde o surgimento do Twitter, passei a ter um contato mais direto com o público e não lembro de ter algum tipo de problema sério. Claro, tem aqueles que compram confusão porque gostam. Sempre respeitei os clubes, daí fica difícil alguém ficar brabo comigo. Quando preciso, dou a minha opinião, mas não acho a definitiva ou a verdade suprema da humanidade. Graças a Deus tenho amigos e participei de debates nas três rádios que tem programação esportiva, menos na Rádio Gaúcha. Nunca tive problemas.
Talvez nos sádicos comentários das matérias que era o autor. (Risos). Mas é do jogo, sou um humano e erro como qualquer outro. Sempre detestei idolatria. Acho o jornalista esportivo uma função como qualquer outra na sociedade. Lixeiro, motorista de ônibus, etc e tal... Não entendo o porquê da “adoração”. Esse tempo “já era”. Luxo só para o William Bonner ou alguns amigos que tenho... que são ligeiros nos negócios. Todos lícitos, obviamente. (Risos).


LC - Algum evento esportivo que tu ainda sonha em cobrir?

CB - Com certeza, uma Copa do Mundo. Perdi a oportunidade com a demissão do UOL Esporte faltando 40 dias para o Mundial. Mesmo que fosse para fazer pautas frias, seria Copa. (Risos). Era o terceiro elemento e “o último a chegar”. (risos). Uma regra no jornalismo. Costumo brincar que sou o eterno foca (estudante de jornalismo que entra no mercado). Trabalhei em cinco empresas em 20 anos de jornalismo, mas, nos últimos cinco anos, fui duas vezes foca. Difícil. Tipo só sobra “canela de Mastodonte” para morder, entende? (Risos).


LC - Dos clubes do interior, na tua opinião, qual o mais preparado para conseguir quebrar a hegemonia da Dupla Gre-Nal?

CB - Futebol é dia após dia, por isso, não gosto muito de previsão. De 24 horas em 24, muita coisa muda. Para formar campeões, é necessário trabalho de anos. Nossos clubes mudam muito. Mas como você pediu uma previsão, vamos lá. Lajeadense ganhou as últimas competições estaduais que disputou e tem um muito bom técnico, Luís Carlos Winck. Por sinal, profissional pronto. Grande caráter. Girou o Brasil. Se virou na nova profissão. Demorô (sic) para a dupla colocar o olho. Depois tem Brasil de Pelotas (clube que tenho muita admiração, mas tem um bom time), Novo Hamburgo, Aimoré e o Caxias, mas está demorando para pegar no tranco. Paulo Turra outro excelente técnico.
Por sinal, tem uma “nova geração” aqui no Estado que tem que alçar voos maiores. Todos muito bons. Zimermann, Paulo Porto, Picoli, Beto Campos, Dall’Astra, Gilmar Dal Pozzo e outros. A turma é boa.

LC - Nos momentos de lazer, quais tuas opções para descontrair?

CB - Basquete e Surfe são os esportes que mais pratiquei na vida. O último muito mais que o primeiro, que até parei de assistir. Nasci sem os dotes futebolísticos. (Risos). Amo assistir: futebol americano, mas faço questão de ser apenas torcedor. E tenho me esforçado muito para aprender o Curling.
Fora os esportes, sou fã de séries. Desde que não sejam aquelas com risadinha no fundo e com aquele humor nerd americano. Bom rango, cinema, amigos e beira de praia completam a lista da descontração. (Risos).

O que está acontecendo com a Dupla?

Sempre tivemos um início de ano um tanto quanto complicado para a Dupla Gre-Nal, devido à pré-temporada e ao pouco tempo de preparação para enfrentar o Gauchão, só que neste ano de 2015 as coisas estão um pouco mais complicadas.

Qual seria a justificativa para isso?

Temos um Grêmio com grandes dificuldades contra as equipes do interior e o Inter "parindo uma bigorna" cada vez que consegue uma vitória.

Os últimos resultados do tricolor em casa, são duas derrotas.Uma para o Brasil de Pelotas, líder do Gauchão, e outra para o Veranópolis, reabilitando a equipa da Terra da Longevidade que estava na lanterna do campeonato até jogar na capital.

E não podemos nem dizer que o elenco é tão superior aos outros. O Grêmio está com uma folha salarial reduzidíssima para tentar equilibrar as finanças, precisou vender vários jogadores titulares e assim deixou decair a qualidade do plantel.

Quanto ao Inter, a equipe vem de um empate fora de casa contra o Cruzeiro e uma vitória nos acréscimos contra o Caxias.

Mesmo tendo um grupo de qualidade e com contratações de peso, o colorado não consegue ser superior às equipes do interior com a mesma facilidade de anos anteriores.

Seria um equilibrio maior dos clubes do interior ou a Dupla está decaíndo sua qualidade dentro do gramado?

Saberemos ao final do Gauchão, se nem Grêmio, nem Inter levantarem a taça...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Será que é por acaso?

Postei na minha conta no Twitter que escreveria sobre a campanha do Brasil de Pelotas nesse Gauchão.

E não vou falar do Xavante por ser um torcedor desde pequeno, e nem por causa da torcida que é a mais apaixonante do país, mas sim por que estou vendo ali naquele clube do interior, uma lição que serve para muitos clubes grandes e que já escrevi outras vezes aqui no blog quando havia alguma troca de treinador por má campanha.

A equipe que temos hoje no Xavante está junta desde 2013. Algumas mudanças, é claro, mas a base é a mesma.

Inclusive fora do gramado. Rogério Zimmermann está à frente do elenco rubro-negro desde 2012.

E isso faz a diferença.

De lá para cá, várias são as conquistas do clube, como um vice-campeonato da Copa FGF em 2012, um vice campeonato na Série D do Brasileirão em 2014, campeão da Divisão de Acesso em 2013 - o que trouxe o Xavante de volta à elite do Gauchão - sem falar na campanha do Gauchãodo ano passado, onde o clube foi o campeão do interior e conquistou a 3ª colocação.

O nome disso tudo: PLANEJAMENTO.

A direção focou e lutou muito para manter Comissão técnica e jogadores durante esse tempo todo, com a convicção de que o trabalho é bem executado e que gera frutos.

Apenas uma colocação que me desaponta: a falta de investimento em clubes que podem trazer um retorno enorme dentro dos gramados.

Não é de hoje que o Brasil faz grandes campanhas e mesmo assim os patrocinadores são escassos.

É preciso fazer da camiseta do clube um abadá de carnaval baiano para conseguir se manter vivo o ano inteiro e com os pagamentos em dia.

Como seria bom se os clubes do interior tivessem metade do investimento que recebem Grêmio e Inter, tanto de patrocinadores quanto nas cotas de TV.

Certamente o futebol cresceria e muito e as competições seriam mais emocionantes.

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Entrevista no Crônicas - Igor Póvoa

Mais uma edição do Entrevista no Crônicas aqui no blog e desta vez, com um jornalista da nova safra do rádio gaúcho.

Igor Póvoa, jornalista, repórter e apresentador da Rádio Guaíba, nos conta um pouco de sua trajetória e como foi o início no jornalismo.

Curtam abaixo a entrevista dele.

Luciano Coimbra - Como foi a tua escolha e o início na carreira de jornalista?

Igor Póvoa - Desde pequeno gostei de buscar informações, ouvir rádio, ver televisão. Sempre fui o menino que lia jornal na escola.
Então desde pequeno tive esse dom pro Jornalismo. Conforme fui crescendo, e por consequência comecei a pensar na carreira, amadureci esta ideia.
Foi uma simples conciliação dos meus gostos de rotina com algo que sempre quis fazer - levar informações.
O início da carreira foi como acontece com todos. Estagiando na Famecos e buscando chances no mercado.
Fiz diversas entrevistas em diversos locais, e acabei começando como produtor da CBN, ao mesmo tempo em que produzia alguns programas de Jornalismo Geral da Rádio Gaúcha.


LC - Trabalhar no rádio sempre foi tua preferência?

IP - Sempre, sim. Desde pequeno ouço rádio. Ouvia em jogos, no estádio ou em casa, e sempre gostei de ouvir rádio no carro.
Lembro de ouvir o ataque às Torres Gêmeas pelo rádio. Enquanto as outras pessoas brincavam na van que levava do colégio para casa, eu prestava atenção no rádio.
Queria saber tudo que tinha acontecido. Depois buscaria informações pela televisão.
O rádio sempre foi meu veículo preferido.


LC - O esporte entrou por acaso na tua carreira ou ele já fazia parte da tua vida antes mesmo da profissão?

IP - O esporte sempre fez parte da minha vida. Claro que o futebol ocupou a maior parcela.
Cresci indo a estádio de futebol com meu pai, depois com meus amigos. Assistia qualquer coisa pela televisão.
Com 10 anos entrei na onda do Guga e comecei a gostar de tênis. Lembro de assistir pouca coisa das Olimpíadas de Barcelona, mas eu tinha ainda 5 anos.
Então sempre fui meio fissurado em esporte. E, ao escolher o Jornalismo e o rádio, evidentemente que essa seria a área de minha preferência.


LC - Algum evento ou jogo que tu ainda sonha em cobrir?

IP - Uma Copa do Mundo, sem dúvida.


LC - Fora o futebol, como é apresentar um programa de lutas na rádio?

IP - É diferente. Foi uma forma de abrir espaço pra um esporte que começou a chamar a atenção do grande público há menos de 5 anos.
Paralelo a isso, eu gosto de MMA e, com o Rafael Pfeiffer, tivemos o aval do Nando para começar um projeto.
Tem sido muito bom, repercutido bem, e ainda conhecemos uma turma nova, com novas ideias e muito, muito mesmo, a ensinar.


LC - Nos momentos de lazer, quais tuas opções para descontrair?

IP - No lazer eu desligo. Não vejo futebol na televisão, desligo o rádio.
O único esporte que assisto é MMA, em dias de folga.
Além disso vivo na rua. Ou caminhando, ou andando de carro, ou sentado numa mesa de bar.
São minhas opções de lazer. Em casa, filmes. Sempre.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Saída de um, chegada de outro.

Grêmio e Inter viveram dias de anúncios. Uma chegada e ums saída.

Para uns, a saída de Barcos, o maior artilheiro estrangeiro do Grêmio, está sendo tarde demais.

Poderia ter ido antes, nunca deveria ter vindo, não decidiu quando precisava. Frases que rolaram pelas arquibancadas da Arena.
Pois tivemos em Barcos, o goleador tricolor em 2014. E mais do que isso, o capitão daquela barca".

Deixa o Grêmio com o coração machucado. Não pelas cobranças, mas por que queria ficar.
Está de saída para ajudar o clube a equilibrar suas finanças. Um contrato bom para ele e também para o tricolor.
A torcida pode até vir a sentir falta dele - assim como pode acontecer com Pará - mas Barcos deixa aquela porta aberta para um retorno.

Claro que sabemos que essas negociações e essas declarações de amor eterno duram até a próxima proposta.

E é sobre uma delas que falo agora. A chegada de Anderson ao Inter.
O maior rival do tricolor, onde ele foi o protagonista da Batalha dos Aflitos.
Um clube que ele também jurou amor eterno e que ainda voltaria.
Isso a torcida não perdoa. Será?

Por acaso alguém ficaria profundamente magoado se o concorrente da sua empresa fizesse uma proposta muito maior da que atualmente você recebe?
Pensariam duas vezes antes de trocar de emprego?
E o amor a camiseta que se veste?

Com os jogadores é a mesma coisa...
Anderson continua amando o Grêmio, mas é profissional.
No seu retorno ao Brasil, ele procurou a direção gremista e ouviu a proposta para o seu retorno.
O que o INter fez de errado?
Nada. Apenas cobriu aquilo que ele pedira.

Se ele vai dar certo no colorado, são outros quinhentos, mas está no seu pleno direito de jogar no rival tricolor.

E podem ter certeza: não foi o primeirro e não será o último.

Vários colegas da imprensa já listaram uma gama de jogadores que fizeram o mesmo trajeto e vice-versa.

Basta que se tenha uma proposta...

Pirata está de saída
(foto: Richard Ducker - ducker.com.br)

Anderson está de chegada.
(foto: site oficial do clube)