sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Relato de um torcedor Xavante

Já postei aqui no meu blog anteriormente o relato do meu amigo de infância marcos Pereira de Souza, o Peri, sobre o Xavante e hoje posto novamente o relato dele sobre o jogo que trouxe o Brasil de Pelotas à Série B do Campeonato Brasileiro.

Texto apaixonado como qualquer torcedor Xavante é pelo seu clube do coração. E um relato irretocável dessa caminhada que o clube fez.

Segue abaixo.

TEIMOSIA

Alvariza. Joaquinzinho. Galego. Tibirica. Claudião. Giovanni. Vanderlei. Barão. Duarte. Marcola. Ordinário. Salustiano.Três Cu. Hélio. Bira. Gilson. Luizinho. Cléber.Régis. Nena. Breno. Milar. Martini. Zimmermann. Azocar. Felipão. Montanelli. Bento. Todos estes e tantos outros, como diz o hino, “tem o seu nome gravado na história”.

No último sábado, às 18:07 do já histórico dia 17/10/2015, todos estes nomes vieram às mentes xavantes por todo o Brasil. O apito final que selou a passagem do Brasil de Pelotas para a Série B do Campeonato Nacional nos fez relembrar um lindíssima, mas bastante sofrida história que já dura 104 anos.

Todos os nomes que construíram o Brasil nesta trajetória urraram das gargantas rubro-negras após os 90 da pior agonia que já pude sentir e de inacreditáveis milagres de São Eduardo Martini.

- É SÉRIE B!!!!!!
Gritamos todos.

De corações taquicárdicos, mãos suadas e olhos marejados, anos e anos de sofrimento e luta alcançaram, finalmente, algo maior pelo qual sonhávamos e muito além do que estamos acostumados. Além do trabalho exaustivo, mas incansável daqueles que fazem o Xavantes nos seus bastidores, do amor incondicional e da devoção ensandecida de todos seus torcedores, um predicado foi fundamental para chegar até aqui: A TEIMOSIA!!

Sim!! Quem conhece bem a história do Xavante sabe por quantos e quanto revezes o clube passou e se viu obrigado a superá-los. Muitos times, por muito menos, já teriam desistido. Mas não o Brasil.
Já nos seus tenros 14 anos de vida, o Brasil perdeu o seu estádio próximo a estação férrea de Pelotas por conta de uma dívida com o Banco da Província. Poderia estar ali o fim deste clube que, por pura teimosia, resolveu continuar suas atividades num terreno qualquer do bairro Simões Lopes.

Em 1939, o então Presidente Bento Mendes de Freitas foi mais teimoso e disse: - “O Brasil tem que ter um estádio” e, desse sonho, a Baixada foi erguida e inaugurada no ano de 1943. Não à toa o estádio leva o seu nome. Após duas décadas douradas nos anos 50 e 60, vieram as dificuldades dos anos 70 e todos os sinais nos diziam: - Chega! Parem com isso!

Licenciado de competições oficiais no ano de 1974, não nos demos por vencidos e novamente a teimosia falou mais alto. Resolvemos continuar e em 1985 chegamos aonde jamais imaginávamos chegar: o terceiro lugar na Taça Brasil daquele ano.

Depois disso, uma dezena de anos de maus resultados, rebaixamento, umas poucas alegrias e muita dificuldade. Apesar disso, nada nos fez desistir.

Em 2009, o pior de todos os nosso pesadelos: o acidente que matou Giovanni, Régis e Milar. Não bastassem as irreparáveis perdas humanas, o clube teve que pagar indenizações, jogar o Gauchão com um time qualquer. Enfrentou um rebaixamento anunciado já no início do campeonato.

Veio o ano do centenário e fracassamos na segundona e também na Série C, de onde fomos tirados pelo canetaço do STJD, nos rebaixando à Série D, que acabamos por perder no ano seguinte. Só o que nos restava era a segundona gaúcha, situação que faria muito time desistir de tudo. Mas não o Brasil!

Eis que em 2012 surge o mais teimoso de todos os sujeitos: ROGÉRIO ZIMMERMANN. Ele nos fez acreditar que poderíamos ir além, que poderíamos pensar em algo maior e finalmente voltar a sorrir.

Campeão da segundona gaúcha em 2013 não perdemos tempo e emplacamos o bi-campeonato do interior em 2014 e 2015, três classificações seguidas para a Copa do Brasil em 2014, 2015 e 2016, chegamos a Série D em 2014, conseguindo o acesso para a Série C e, há pouco mais de uma semana atingimos o ápice com o acesso à Série B do Nacional, lugar que nunca estivemos na era dos pontos corridos do Brasileirão.

O significado desse acesso para quem viveu e sofreu com todas as agruras, especialmente dos últimos anos, vai muito além de uma mera classificação à segunda divisão nacional, mas significa transcender a todos os limites possíveis e imagináveis, superar uma luta incessante desses 104 de existência e, principalmente, honrar todos aqueles nomes lembrados lá no início, e tantos e tantos outros que doaram seu tempo e suas vidas a fazer do Xavante o que ele é hoje, com as coisas boas e ruins já vividas.

Os gritos e lágrimas daquele 17/10/2015 exorcizaram todos os demônios que nos acompanhavam, nos dando a certeza de que chegamos a um novo patamar.

É. Os negrinhos da estação chegaram lá! Com amor, paixão, dedicação, trabalho, incentivo, devoção e, claro, muita teimosia!!

AVANTE, XAVANTE!!!

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Entrevista no Crônicas - Rodrigo Adams

Nesta edição do Entrevista no Crônicas trago hoje um papo com o jornalista e produtor da Atlântida, Rodrigo Adams.

Rodrigo nos conta um pouco de sua trajetória no jornalismo e também fala dessa nova experiência de migrar o conteúdo da rádio para o jornal.

Curta abaixo a entrevista dele.

Luciano Coimbra: Como o jornalismo surgiu na tua vida?

Rodrigo Adams: Mesmo sem ter algum parente que trabalhasse com comunicação, o jornalismo sempre esteve presente na vida. Meu pai sempre disse que eu deveria ouvir as notícias, que assim entenderia o mundo. Confesso que no início, como qualquer criança, achei aquele papo um saco. Aos poucos, fui gostando. Por ser fã de futebol, sempre gostei da editoria de esportes. Sempre ouvi muita rádio e assisti muita TV. O hábito da leitura veio mais tarde. Quando adolescente, ainda em Viamão, sempre me imaginei trabalho numa rádio. Gostava de imitar vozes e fazia relativo sucesso entre os amigos. Entrei tarde na faculdade de jornalismo, aos 26 anos. Fui para os bancos da faculdade por acreditar que para ser jornalista é necessário ter diploma. É uma das profissões mais importantes para o contexto social de um país e do mundo. Na universidade, aprendi que, além de estudar, é preciso fazer networking, nunca desrespeitar professores e colegas. O mundo da comunicação é muito estreito. Hoje, tu és chefe. Amanhã, pode ser subordinado. Por isso, prezo muito pelas boas relações num ambiente de trabalho.


LC: Nos conte um pouco da tua ligação com o Grêmio.

RA: A minha ligação com o Grêmio é igual a de milhares de torcedores. É uma relação de carinho, que começou aos 6 anos, idade que comecei a frequentar jogos no Olímpico. Depois é o caminho de muitos amigos tricolores: sócio, viagens, alegrias, tristezas. O meu amor pelo Grêmio é puro, genuíno. Para mim, todos os torcedores são especiais. Cada um a sua maneira. Não existe isso de "esse cara é o representante do Grêmio, o maior torcedor do clube". O maior torcedor do Grêmio é aquele cara que ama o Grêmio acima de tudo. E assim, existem muitos. Minha ligação com o Grêmio se resume a arquibancada e amor pelo time.


LC: Chegar até um veículo de rádio para falar do clube do coração, já havia passado pela tua cabeça?

RA: Passou durante a época da faculdade. Eu e alguns colegas criamos um programa piloto chamado "Futebol, Mulher e Rock and Roll". Era muito legal, e nunca vou esquecer o que o professor João Brito nos disse: "Isso, de misturar torcedores com jornalistas, mais informação e boa entrevista, é algo bem legal, que pode definir o futuro de vocês". Na hora, confesso que pensei que era mais um desses discursos motivacionais. O tempo passou, e três anos depois surgiu a oportunidade de participar de um programa chamado ATL Gre-Nal, na Rede Atlântida.



LC: Como é poder trabalhar para uma galera jovem e transmitir que a rivalidade Gre-Nal não passa de dentro do gramado?

RA: Eu trabalho com o público jovem desde 2010, ano que ingressei no Kzuka. Era um sonho antigo ir para o rádio. Meu trabalho de conclusão na faculdade de jornalismo era sobre rádio. Minhas referências profissionais sempre estiveram no rádio. O conceito de jovem, na real, é ultrapassado. Hoje, tu podes ter 67 anos e ser jovem de espírito. Faço rádio para pessoas felizes, de bem com a vida. É a linha que eu defendo no jornalismo também: "Tênis sujo, histórias limpas". Independente do rótulo de público que uma emissora procura, o ouvinte (e leitor, no meu caso) quer verdade.



LC: Como surgiu o desafio de levar o conteúdo da rádio para o jornal e qual a maior dificuldade?

RA: Eu já estava no ATL Gre-Nal, e sabendo da minha experiência como repórter e produtor no jornalismo impresso, a chefia achou que eu seria o nome para tocar este novo projeto. O ATL Paper é um frame da indústria de entretenimento e informação que se transformou a Rádio Atlântida. A gente faz conteúdo inteligente com o nosso DNA. O papel do papel, sendo redundante, é limitado. Porém, ele recebe a nata do que é falando on air ou do que está hospedado online.



LC: Nos momentos de laser, qual a tua programação preferida?

RA: Parece louco, mas o que é lazer para as pessoas, acaba sendo o meu trabalho. Então, eu tenho a oportunidade de trabalhar e ter lazer. Isso é muito legal. Fora isso, gosto de estar com a minha família, cozinhar e assistir filmes dos anos 80 e 90.


Entrevista no Crônicas - Rodrigo Adams

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Escrever sobre o indescritível

Desde ontem estou tentando achar as melhores palavras para colocar aqui no blog a emoção de ver o Xavante subindo para a Série B do Campeonato Brasileiro.

Gá tempos que o estado não tem um representante nesta série do certame nacional e aguardamos esse momento apostando as fichas em outro clube, que não o Brasil de Pelotas.

Muito se falou do retorno do Caxias e da volta do Juventude nesses últimos anos, mas não lembrávamos de um clube que mostrou possuir a maior força interior e ser a maior força do interior do estado.

Depois do desastre de 2009, onde o Xavante perdeu um dos seus maiores ídolos - o atacante Claudio Millar, que chegou a declarar sua imensa vontade de ser presidente do Brasil de Pelotas - o que maiso o clube precisou foi força interior para se reerguer.

E mostrou que tem de sobra.

Voltou à elite do futebol Gaúcho, mostrou grandeza em suas últimas participações pela Copa do Brasil, ensinou aos clubes grandes como se planeja futebol, mantendo o mesmo treinador por mais de TRÊS ANOS à frente da equipe e com isso foi coroado com dois títulos de Campeão do Interior, retorno a Série C do Brasileiro - onde foi rebaixado injustamente por uma falha da Federação Mineira (já relatado nesse blog... Pode procurar no marcador do Xavante.) - e agora esse acesso à Série B do Brasileirão.

O que vai acontecer com o clube no ano que vem? Não sei.

Vai conseguir se manter na B? Também não sei.

A única coisa que posso afirmar é: como é bom ver o Brasil retornando ao patamar de 3ª força do futebol gaúcho.

Em breve esse espaço vai conter mais um post do meu grande amigo Marcos Pereira de Souza, o Peri (perfil dele no Twitter: @Peribatera ). Um torcedor bem mais apaixonado pelo Xavante do que eu e que consegue colocar nas palavras esse amor que ele tem pelo clube.

Não que eu não seja um torcedor do Brasil de Pelotas, pelo contrário. Já explicitei isso tanto aqui no blog quanto no programa que eu apresentava pela Rádio Estação Web, o Baú Futebol Clube (aqui tem todos os áudios dos meus programas: www.yourlisten.com/LucianoCoimbra ), é que ele tem muito mais vivência dentro do clube e conhece muito mais os bastidores do que eu.

Para ilustrar esse pequeno post de parabenização à torcida Xavante, posto uma das fotos que o Peri me mandou diretamente de Pelotas.

Av. Bento Gonçalves, ontem à noite, após a classificação do Xavante para a Série B do Campeonato Brasileiro.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Pausa importante e a retomada

Tivemos uma pausa importante para os clubes durante o Campeonato Brasileiro devido aos jogos da seleção pelas Eliminatórias para a Copa 2018.

Nesta semana, o Brasileirão retorna e veremos quem mais aproveitou a parada para recuperar seus jogadores, para dar mais cadência ao time e corrigir alguns possíveis erros que vinham ocorrendo durante as partidas.

Tanto Inter quanto Grêmio, conseguiram recuperar jogadores e trabalhar a técnica e tática das equipes, coisa que não vinha acontecendo en função da maratona de jogos pelas duas competições que eles estavam envolvidos.

Apartir desta próxima rodada, vamos conseguir ver quem melhor aproveitou a parada na competição.

Será que esse recesso vai trazer alguma mudança na tabela de classificação?

Eu acredito que tanto Inter quanto Grêmio terão um crescimento em função da pausa.

Ambas as equipes puderam ajustar algumas falhas que vinham prejudicando o resultado final das partidas.

Basta que se ponha em prática o que foi trabalhado e torcer para que os resultados paralelos também colaborem com a Dupla.

Acredito que o Grêmio consegue alcançar o Atlético Mineiro e garanta a segunda colocação do campeonato. Quanto a título, a chance é remota. Não pela qualidade do time, mas pelo desempenho do Corinthians, que está sendo acima da média.

Já o Inter tem uma missão mais complicada que é buscar uma vaga à Libertadores 2016. Seus adversários também vem fazendo campanhas irregulares, mas o crescimento de Santos e Flamengo nas últimas rodadas, credenciam uma dessas duas equipes a ficar com a vaga no G4.

Apostem suas fichas. Façam suas promessas. Torçam para tudo dar certo.

E que em dezembro, possamos estar comemorando quem sabe um título tricolor e uma vaga colorada.