sábado, 20 de fevereiro de 2016

Entrevista no Crônicas - Gustavo Fogaça



Mais uma edição do Entrevista no Crônicas e hoje trago um papo muito legal com o jornalista e cineasta Gustavo Fogaça. Guffo, como é conhecido no meio jornalístico, nos conta um pouco de sua trajetória e suas experiências nacionais e internacionais.

Curtam abaixo a entrevista com ele.


Luciano Coimbra- Como foi o seu início no jornalismo?

Gustavo Fogaça- Foi meio conturbado, porque não foi minha primeira decisão. A ideia de toda minha família era que eu seguisse os passos do meu avô materno e da minha mãe, e fosse mais um diplomata na família. E você sabe que, antes de tentar o Rio Branco (Itamaraty), você precisa fazer uma faculdade antes. E eu fiz um ano de economia. Mas isso foi o suficiente pra me dar conta que aquilo não tinha nada a ver comigo, e que eu era um cara da comunicação mesmo. Foi aí que entrei na faculdade de comunicação social na Universidad del Salvador, em Buenos Aires onde eu já morava.
Como fiquei entre os 5 melhores qualificados dos formandos aquele ano, ganhei um estágio da faculdade no Canal 2 América, como produtor de TV (uma praxe da faculdade em parceria com o canal). Depois do estágio, fui o único dos 5 que entrou que terminou sendo contratado pelo canal, onde trabalhei por um ano como produtor jornalístico para diversos programas do Canal América e ATV (canal 24h de notícias).


LC-
Teu envolvimento com o esporte veio antes da escolha pela profissão?

GF-
Cara, minha ideia inicial sempre foi trabalhar com cultura. Eu também me formei em cinema, escrevia para a revista Haciendo Cine e fui crítico cinematográfico da caderno Dynamo do jornal La Nación. Sempre fui músico, tinha uma banda em Buenos Aires (Tabú - Warner Music). Então, cultura era o que me chamava.
Antes dessa experiência no gráfico, quando ainda estava na TV, tive a chance de cobrir vários eventos esportivos: a briga do Schellotto com o Bianchi no Boca, a volta do artilheiro Salas ao River, transmissão de várias partidas de clubes argentinos, etc.
E como sempre fui um nerd do esporte, desde criança, sempre vi muitos jogos em estádios, na tv, de tudo que é tipo...eu já tinha o bichinho do futebol dentro de mim, apenas não tinha aceitado ainda!



LC- Como surgiu a ideia de analisar o desempenho das equipes?

GF- Isso foi muito tempo depois dessas experiências que relatei. Já foi no século 21! Hahaha... Sempre gostei de analisar os movimentos coletivos, nunca gostei aquela ideia do "cara que ganha o jogo sozinho". E em 2013, motivado por isso e por um estágio no Deportivo La Coruña, lancei o canal do Esquemão no Youtube, fazendo análise de desempenho de clubes da Libertadores daquele ano.
Aquilo chamou a atenção do canal Esporte Interativo, onde fiz vários conteúdos de análise em 2014 para a Copa do Nordeste e para a Copa do Mundo. Isso também abriu as portas para minha entrada na rádio Grenal, onde fui comentarista por dois anos, sempre levando a análise de desempenho como base dos meu comentários.
Junto com o Thiago Suman e o Kalwyn Correa, fizemos o primeiro espaço de análise de desempenho na rádio esportiva brasileira, quando o Esquemão tinha entradas 2 vezes por semana no programa Contra Ataque. Aquilo marcou muito o mercado e os profissionais do futebol.
Pra não ficar pra trás e não ficar falando coisas erradas, fiz o curso de analista de desempenho da CBF, que me outorgou a licença oficial como analista. E agora, sigo esse trabalho como comentarista da Rádio Gaúcha.



LC- Tu acredita que os ouvintes começarão a ver o jogo com outros olhos depois da inserção desses dados no rádio?

GF- Já há uma demanda enorme dos torcedores e ouvintes por isso. Há muito tempo. Depois dos 10x1 (Alemanha e Holanda), o brasileiro se deu conta de que estamos muito defasados no estudo do esporte e na aplicação da ciência. Não só os profissionais, mas também a imprensa e os torcedores.
Acredito que todo esse interesse vem dessa vontade de voltarmos a ser o principal país do futebol. E não estou sozinho nesse trabalho. Há muitos jornalistas competentes que fazem isso também, seja aqui no RS ou no Brasil inteiro.


LC-
Conte-nos um pouco da tua experiência na TV francesa.

GF- Quando estava no Canal 2 em Buenos Aires em 1998, soube da busca de estudantes de jornalismo ou recém formados para um trainee do Canal Plus durante a transmissão da Copa do Mundo. Me ajudou no processo de seleção o fato de eu também ser formado em cinema, e de ser fluente em francês e ter a nacionalidade francesa.
Foi sensacional. Fiz de tudo o que se pode fazer: puxei cabo, fui assistente de cinegrafista, fiz VT, operei replay, assistente de direção. Foi uma experiência única. Muito cansativa, mas riquíssima. Além de trabalhar em jogos históricos como EUA x Irã, Argentina x Inglaterra, Brasil x Holanda, a final contra a França e outros tantos.


LC- Qual a tua visão do meio digital no jornalismo atual?

GF- No geral ou apenas no esportivo? No geral, acho que há uma bagunça muito grande entre blogs financiados pelo governo, os dos grandes meios e aqueles chamados "independentes". Talvez isso dê algo bom lá na frente, mas por enquanto, acho que há um caos na informação geral.
Já no esportivo, vejo uma qualificação ainda maior de jornalistas e fanáticos pela bola que produzem blogs de análises e de notícias muito bons. E que possuem cada vez mais fãs e seguidores. É uma realidade muito alentadora.


LC- Nos momentos de folga, qual o programa preferido?

GF- Folga? O que é isso mesmo? hehe
Cara, tirando o período de férias onde gosto de sumir para algum lugar distante com a Paola minha esposa, no dia a dia TUDO o que eu faço tem a ver com os meus trampos: seja quando estou vendo um filme, uma série ou um programa de TV, estou analisando e aprendendo coisas sobre a minha profissão de roteirista e cineasta.
Quando estou vendo futebol ou outro esporte, estou analisando e aprendendo coisas na minha profissão de jornalista.
Quando vou a um show ou espetáculo, a mesma coisa sobre a minha profissão de músico.
Então, pra mim sempre foi assim: não tenho final de semana, não tenho feriado, não tenho folga. Tô sempre me divertindo trabalhando. Ou trabalhando me divertindo!


Entrevista no Crônicas - Gustavo Fogaça

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Entrevista no Crônicas - Caroline Patatt

Mais um post com o Entrevista no Crônicas no ar. Desta vez, a entrevistada é a jornalista da Rede Record Porto Alegre, Caroline Patatt.

Caroline nos conta um pouco de sua trajetória no jornalismo esportivo e algumas curiosidades que já passou.

Apreciem a entrevista com ela.



Luciano Coimbra: Como foi a tua escolha pelo jornalismo?

Caroline Patatt: Sempre me interessei por muitas áreas. Sempre fui muito curiosa. Sobre tudo o que tu possa imaginar. Na hora de decidir a carreira me vi doida, porque pensava em uma dúzia de profissões nas quais me agradaria trabalhar. Aí um belo dia me veio a ideia: adoro ler, escrever, me comunicar. Me interesso por muita coisa, por que não o jornalismo? E assim começou.

LC: A escolha pelo jornalismo esportivo tem alguma influência familiar?

CP: Amo esportes desde que me entendo por gente. Meu pai tem uma "sala de troféus" em casa com dezenas de prêmios obtidos em rústicas e maratonas. Minha mãe sempre competiu no voleibol amador. Adorava acompanhá-la nos treinos e jogos. Cresci com a TV ligada em canais onde passavam esportes e desde muito cedo fui incentivada a praticar de tudo um pouco. Felizmente na minha escola havia uma boa estrutura e realmente tínhamos iniciação esportiva em diferentes áreas. Adorava competir. Mais tarde me apaixonei por esportes radicais. Quando adulta, esse acabou sendo um caminho um tanto natural. Adoro não apenas futebol, mas todo tipo de atividade física e desportiva.


LC: Como é trabalhar em um meio dito, "masculino"?
CP: Eu acho ótimo. Não vejo problema algum. Trabalho com colegas homens na minha equipe (motorista e cinegrafista) há dez anos. Ir para o futebol só ampliou esse tipo de relação profissional. Exijo muito de mim porque sei que a cobrança poderá ser maior tendo em vista que muitos atrasados acham que esse não é um meio pra mulher trabalhar. E me refiro aos torcedores, muito mais do que dirigentes, técnicos ou treinadores. Mas aí já não é problema meu. É um pensamento pequeno que felizmente muda a cada dia mais.


LC: Alguma história curiosa ou inusitada dentro dos gramados?

CP: Muitas. Mas a primeira que me ocorre é um tanto constrangedora (risos). Estávamos fazendo uma partida pelo gauchão em um estadio aqui da região metropolitana. A assessoria de imprensa montou a estrutura pra entrevista ao lado da porta do vestiário. Estávamos aguardando a coletiva e de repente a porta do vestiário se abriu. Achamos que era o treinador, mas não era. Só vimos todo mundo feliz tomando banho (risos!) Eu era a única mulher da imprensa naquele dia. Óbvio que a porta fechou rápido, mas a história e a cena rendeu boas histórias (e claro, risadas e deboche), por semanas. Mas faz parte.



LC: Como é o tratamento dos jogadores contigo pelo fato de ser uma repórter mulher? Tu nota alguma diferença?

CP: Não posso reclamar. Até porque acho que a partir do momento em que você se dá o respeito, acaba sendo mais respeitada. Sempre tratei e fui tratada com muito profissionalismo. E sempre fiz questão de ser absurdamente profissional. Então, tudo certo.



LC: Nos momentos de folga, qual a atividade preferida?

CP: Atividades ao ar livre. Adoro! Além de viajar, conhecer lugares diferentes, estar com família, namorado e amigos. Um livro na rede e um bom filme também são bem-vindos :)

Entrevista no Crônicas - Caroline Patatt

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Bom para quem, a saída do Gringo?

Nessa semana o futebol gaúcho perdeu uma de suas referências técnicas dos últimos tempos.

Nãããããããooooo... Ninguém morreu... Apenas D'Alessandro deixou o Inter e voltou a jogar pelo River Plate, clube que o revelou para o futebol mundial.

Mas algumas coisas que li dessa transação me deixaram com dúvidas e vou pontuar aqui para ver se encontramos algum ponto que encaixe.

1- Direção do Inter diz que não tem nenhuma dívida com o jogador. Mas também já li que o clube deve em torno de 9 milhoes.

2- Salário do atleta serpa pago pelo River. Correto, mas ele aceitou uma redução salarial de 70% para voltar à Argentina. Qual o motivo dessa redução tão grande nos salários se aqui no Inter ele havia acabado de ganhar aumento e seu salário é em dólar?

3- Na entrevista de apresentação, diz estar com gana de jogar e ser campeão. Mas aqui no clube gaúcho ganhou tudo o que poderia ter ganho nesses 8 anos vestindo a camisa colorada.

D'Ale deixa o Inter no auge de sua trajetória e sem contestações.

- Mas e o que tem haver o título do post??? Esta deve ser a sua pergunta, leitor. Já explico...

A saída do Gringo acabou sendo boa para a Dupla Gre-Nal.

- Como assim??? O que o Grêmio tem haver com isso?? Explico de novo.

Saída boa para o Inter em matéria de redução da folha salarial, oxigenação do elenco, uma vez que é preciso essa reformulação, chance para outros jogadores da base subirem e se tornarem protagonistas, e por aí vai...

Saída boa para o Grêmio no ponto de não ter mais o Gringo nos Gre-Nais. Dos 27 clássicos disputados com a presença do camisa 10 colorado, o tricolor conseguiu apenas 5 vitórias, contra 9 empates e 13 derrotas. Frente a esses números, não podemos negar que a presença dele acabava complicando a vida do Grêmio nos clássicos.

Após esses pontos listados, para os colorados, só resta aguardar os jogos do River pela Libertadores e para os gremistas, as orações de que o Gringo não cruze o seu caminho na competição Sulamericana.