quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Entrevista no Crônicas versão Copa do Mundo - Nando Gross

Mais uma vez trago um entrevistado falando de Copa do Mundo aqui no blog.

Hoje quem nos dá o prazer da leitura é Nando Gross, jornalista do Grupo RBS.

Abaixo suas opiniões e um pouco de sua ligação com as coberturas do maior evento esportivo do ano no país.

Luciano Coimbra - Quantas copas você já cobriu, in loco ou a distância?

Nando Gross - Comecei a trabalhar em rádio em 1985, como produtor na então Rádio Difusora, hoje Bandeirantes. Não cobrimos a Copa, a Rádio entrou em rede com São Paulo. Na copa de 1990, eu trabalhava no departamento de jornalismo da Guaíba, também não trabalhei na Copa. Na Copa de 1994 atuei na coordenação de jornadas esportivas, na Gaúcha. Foi minha primeira Copa. Em 1998, na Band, não viajei, mas trabalhei em Porto Alegre. 2002 eu tinha recém chegado na Gaúcha e também acompanhei a Copa de Porto Alegre. A primeira Copa que eu viajei foi a de 2006, na Alemanha. Depois, 2010, na África do Sul.


L.C. - Qual a tua expectativa para a Copa 2014?

N.G. - Acho que teremos sérios problemas de organização na maioria dos estádios. A infraestrutura das cidades também ficou bem abaixo do que esperávamos. Não temos nenhum aeroporto em boas condições e o problema da violência é bastante sério.


L.C. - Qual a tua opinião sobre a construção dos estádios fora do eixo central do futebol no país, tais como Manaus, Brasília, Cuiabá e Natal?

N.G. - Minha opinião é a mesma da FIFA que queria oito sedes desde o início. O ex-presidente Lula batalhou por estas cidades e os estádios foram construídos. A exceção de Brasília, que abriga pessoas de todos os lugares, os outros três estádios poderão virar enormes arenas deficitárias. O ideal seria oito sedes.


L.C. - Qual a projeção que tu faz do time do Brasil para a Copa 2014?

N.G. - O Brasil que vinha sendo dirigido por Mano Menezes não nos dava nenhuma esperança. Hoje temos uma equipe organizada e que consegue superar com convicção os seus adversários. Com a liderança técnica de Neymar, acho que o Brasil divide o favoritismo com Alemanha e Espanha.


L.C. - Felipão conseguirá fazer o mesmo trabalho da "Família Scolari" de 2002 em 2014?

N.G. - Comandar um grupo é um dos tantos talentos de Felipão. Ele levanta a autoestima dos atletas e isso sempre é importante. Mas o fundamental é ter bons jogadores. Em 2002, o Brasil tinha Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Rivaldo e Roberto Carlos. O trabalho de gestor foi decisivo, mas a qualidade em campo é que fez a diferença. Na seleção atual, está clara a mudança de comportamento de agora para o período de Mano Menezes, mas temos a qualidade de Neymar, Tiago Silva, Daniel Alves, Oscar e Paulinho. O título depende de uma série de fatores, mas o Brasil entra na Copa para brigar por ele.


L.C. - Tu acreditas que as outras seleções que disputarão a Copa do Mundo vão ter receio de enfrentar o Brasil em casa?

N.G. - Não acredito nisso. Grandes jogadores se motivam com estádios cheios e barulhentos. Acredito sim que a torcida brasileira poderá energizar nosso jogadores, mas medo em jogadores experientes? Isso não. Argentina, Itália, Espanha, Alemanha, Holanda, Inglaterra, França, são equipes acostumadas a qualquer tipo de ambiente. O que acredito é que a maioria dos times terá uma postura tática mais defensiva quando enfrentar o Brasil.


Nando Gross

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