sábado, 1 de fevereiro de 2014

Entrevista no Crônicas versão Copa do Mundo - Décio Lopes



Trazendo para vocês mais uma edição do Entrevista no Crônicas com outra personalidade do jornalismo esportivo.

Hoje quem opina e nos coloca algumas de suas experiências sobre a Copa do mundo é o jornalista Décio Lopes.

Abaixo a entrevista que fiz com ele a respeito de Copa do Mundo e Seleção Brasileira.


Luciano Coimbra - Quantas copas você já cobriu, in loco ou a distância?

Décio Lopes - Estive presente em 2002, 2006 e 2010. À distância cobri 90, 94 e 98.


L.C. - Qual a tua expectativa para a Copa 2014?

D.L. - Vai ser uma copa interessante. Quente em todos os sentidos, na arquibancada, nas ruas e no clima. Podem acontecer os protestos, acho provável que aconteçam, mas isso vai se misturar á festa, ao agito, ao movimento de uma Copa. Vai ser incrível, tenho certeza. No campo, na minha opinião, pode ser a copa de Messi. Se o resto do time ajudar, ou melhor, não atrapalhar, a tendência é essa. É a história sendo escrita.


L.C. - Qual a tua opinião sobre a construção dos estádios fora do eixo central do futebol no país, tais como Manaus, Brasília, Cuiabá e Natal?

D.L. - Acho que há sedes demais. Nenhuma copa chegou a tantas e acho que não havia necessidade. É um exagero que eleva os gastos e dificulta muito a vida de turistas e equipes durante o Mundial. Aconteceram os tradicionais acordões políticos que amarram a vida nacional em vários sentidos. Uma pena. Com oito cidades, teríamos uma bela copa do mesmo modo.


L.C. - Qual a projeção que tu faz do time do Brasil para a Copa 2014?

D.L. - Espero uma grande campanha. Vimos na Copa das Confederações que essa geração pode chegar lá. Há pontos fracos no time, mas há talento e disposição. Nas Confederações, obviamente, a pressão era menos. E ocorreu um fenômeno: os protestos, de certo modo, tiraram o noticiário dos campos. Isso tirou muita pressão dos jogadores mais jovens. De repente, no meio do torneio, nem falávamos de seleção, mas de multidões, passeatas, etc... Isso, por incrível que pareça, foi legal. Outro ponto é que a Espanha veio com uma preguiça e um salto alto que seguramente não vão se repetir. Eles tomaram uma coça que doeu. Virão mordidos.


L.C. - Felipão conseguirá fazer o mesmo trabalho da "Família Scolari" de 2002 em 2014?

D.L. - Ele é um especialista nisso. Em unir grupos, motiva-los, fecha-los. É um ¨boleirão¨. Fala a língua dos jogadores, compreende a cabeça dos jogadores e aplica tudo o que sabe para que as coisas funcionem. Ao lado dele, um grande estudioso da tática e dos métodos, Carlos Alberto Parreira. A dupla é boa, pode dar liga. Não temos um Ronaldo, um Ronaldinho, um Robeto Carlos e um Rivaldo como naquela época. Mas com determinação, preparo físico e capacidade de superar a pressão, podemos chegar lá.


L.C. - Tu acredita que as outras seleções que disputarão a Copa do Mundo vão ter receio de enfrentar o Brasil em casa?

D.L. - Acredito não. Tenho certeza. Absoluta. Por tudo o que já vivi no futebol, sei que todas as seleções morrem de medo do brasil. Todas. Argentina incluída. Obvio que isso não significa que perderão sempre. Claro que não. A Holanda veio e eliminou a equipe do Dunga. Mas a camisa pesa, sim. E, usando o mesmo jogo como exemplo, você se lembra de que a Holanda respeitou o Brasil demais no primeiro tempo. É clássico. Todos respeitam – e isso é uma baita vantagem. Em casa então... Mas tem que jogar bola. Muita. É aproveitar essa vantagem inicial para se impor, para colocar uma vantagem.. e depois trabalhar muito duro até o último minuto de partida.
Décio Lopes


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