domingo, 5 de maio de 2013

Entrevista no Crônicas - Carlos Guimarães

Entrevista no Crônicas está de volta ao meu blog. O espaço que criei em 2011, e que já publiquei mais de 30 entrevistas, volta com entrevistados inéditos e quem sabe trazer alguma sequência dos entrevistados que já apareceram por aqui.

Hoje trago uma entrevista feita com o coordenador de esportes e comentarista da Band AM e apresentador da Ipanema FM, Carlos Guimarães.

Abaixo a entrevista feita com ele.

Luciano Coimbra - Trabalhar com o jornalismo esportivo foi algo casual ou tua ligação com o esporte é mais antiga que a profissão?

Carlos Guimarães - Por incrível que pareça, foi casual. Tinha a paixão, um pouco diferente do torcedor tradicional. Tinha um time, que não vou revelar por motivos óbvios, mas sempre fui racional. Nunca fui fanático. Acho que por isso consegui separar bem as coisas quando comecei no jornalismo esportivo. Mas havia uma paixão maior, que era escrever, e principalmente sobre música. Nunca achei que poderia trabalhar em rádio, queria ser um repórter de mídia impressa, escrevendo sobre música. Mas adorava futebol, fazia meu próprio acompanhamento dos campeonatos. Isso me ajudou. Quando comecei, em 1999, na Rádio Gaúcha, acabei pegando o primeiro estágio que me aprovou. E depois que entrei, nunca mais saí.


L.C. - Como é feita a seleção das matérias que irão ao ar nos programas esportivos da rádio?

C.G. - Tudo depende de pauta. Na pauta, a gente separa o que serve e o que não serve. Não é muito engessada essa análise, é bem ampla. Na maioria das vezes, a pauta do dia é óbvia, está na nossa frente. Mas sempre é bom diferenciar, e aí a gente abre leque para outras entrevistas interessantes. Todos participam, não há uma definição burocrática, pelo menos do jeito que entendo que deva funcionar uma rádio esportiva.


L.C. - Qual a relação que você faz da música com o futebol?

C.G. - Sou suspeito para responder essa afirmação pelo meu envolvimento, minha paixão e até certo ponto, minha obsessão por música. A música entrou na minha vida no mesmo momento do futebol. Foi um desenvolvimento natural, quando descobri os primeiros discos de rock, despertando minha curiosidade, até virar algo que até chegou a ser incontrolável. Acho que música e futebol se relacionam muito bem. Basta ver o número de obras da MPB sobre futebol, as bandas inglesas que têm o esporte como pano de fundo. É uma combinação perfeita.


L.C. - Falando um pouco de música dos Anos 80, qual time do futebol brasileiro tinha a cara do estilo musical daquela década?

C.G. - Pergunta difícil... Acho que o Flamengo, com Zico, Júnior, um time artístico, bonito de se ver, tinha a cara da música popular brasileira tradicional. O Flamengo lembra Jorge Ben, aquele balanço, aquela coisa genial, leve. Mas hoje, acho que é difícil ver um time atual que consiga lembrar os anos 80 na música. A década de 80 foi tão clichê, mas tão diversificada ao mesmo tempo. Tinha o rock inglês, o pós-punk, o hard rock de Los Angeles, o início do rock alternativo, a explosão de grandes artistas, como Michael Jackson, Madonna e Prince, o rock brasileiro, o rock de arena, com o Queen... complicado, não arrisco essa resposta não.


L.C. - Fora das cabines de transmissão e do estúdio, o melhor a fazer com o tempo livre é...?

C.G. - Já tive fases absolutamente diferentes da vida, mas hoje, o melhor mesmo é a zona de conforto: minha mulher, Sinara, meu cachorro, Zeca, uma música legal, uma leitura, um filme, no máximo um churrasco com amigos. Já tive a fase baladeira forte, mas hoje, estou que nem o Inter de 2012: na folga, difícil me tirar da zona de conforto.


Carlos Guimarães



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