Hoje temos a entrevista com Rafael Pfeiffer, jornalista, apresentador e narrador da Rádio Guaíba.
Abaixo curtam a entrevista dele.
Luciano Coimbra: A sua opção pelo jornalismo esportivo tem a ver com alguma ligação com o esporte na infância?
Rafael Pfeiffer: Nenhuma. Eu esperava meu pai terminar de ler os jornais e pegava o caderno de esportes para ler. Meu pai também gosta muito de cozinhar e sempre faz isso com o rádio ligado. Aí passei a escutar os programas de todas as rádios esportivas com ele e fui gostando. Eu já tinha 20 anos quando entrei na faculdade e escutava muito rádio. Tinha o objetivo claro de entrar na imprensa esportiva. Hoje posso dizer que estou fazendo aquilo que sempre quis fazer.
L.C.: Dentro da era da internet e de informações facilitadas, o que acaba por ser mais importante em uma transmissão esportiva?
R.P.: O conteúdo é farto atualmente. Todo mundo tem a informação. O diferencial está nos detalhes. E muitas vezes o detalhe é a forma como se passa a informação, a busca pelo algo a mais da notícia. Em uma jornada esportiva, é preciso levar a informação de maneira agradável para o ouvinte, mas sem esquecer que há um princípio básico: o repórter não está acima da notícia, do detalhe, do lance. Mas ele é parte disso tudo.
L.C.: Falando de futebol brasileiro existem estilos diferentes de jogo de acordo com a região?
R.P.: A gente fala muito da característica do futebol gaúcho, de muita marcação, principalmente no interior. Mas se analisarmos os estaduais, os times menores jogam todos da mesma maneira: fechados, matando o jogo com faltas, respeitando os adversários mais tradicionais. E isso independe da região. A pegada do futebol gaúcho atualmente está mais na ideia do torcedor do que das próprias equipes. O que diferencia é a qualidade do futebol do interior. Os menores de São Paulo estão um degrau acima do restante do Brasil. De resto, os clubes coadjuvantes dos campeonatos se nivelam.
L.C.: Depois de trabalhar diretamente em um clube de futebol, como é voltar ao rádio e não mostrar parcialidade?
R.P.: Todos que trabalham na imprensa esportiva tem um time de coração. O fato de eu ter trabalhado diretamente em um clube não me diferencia, neste aspecto, de nenhum outro profissional da imprensa. A única diferença é que eu conheci os corredores que, dificilmente, algum outro cronista vai conhecer. Muitas coisas que ficam no bastidor, eu já vivenciei. Mas desde o primeiro dia de trabalho na Rádio Grenal, tenho a responsabilidade com o meu ouvinte e busco o profissionalismo necessário para levar a informação da melhor maneira para gremistas e colorados.
L.C.: Estamos chegando perto da Copa das Confederações e Copa do Mundo. Qual a tua expectativa com a atuação do Brasil nas duas competições?
R.P.: Até 2006, fui um torcedor fervoroso da Seleção Brasileira. Depois daquela Copa, onde as nossas principais estrelas deram de ombros para a importância daquela camisa em um Mundial, perdi um pouco o gosto de torcer pelo Brasil. Mas a Copa será no Brasil, não tem como não torcer. O problema é ver que essa é a pior safra dos últimos tempos. Além disso, Espanha e Alemanha trazem uma geração muito talentosa. Sem falar na Argentina, que tem o maior do mundo e ele, sozinho, pode fazer a diferença. Mas somos brasileiros, não desistimos nunca.
L.C.: Nas horas de lazer qual é a atividade da tua preferência?
R.P.: Divido
meu tempo como cronista com a música. Hoje tenho um projeto acústico
com um parceiro, o Jô Philippsen, e a gente faz pop rock na noite de
Porto Alegre. Estamos com esse trabalho desde o início do ano e fazemos
uma média de 5 apresentações por mês. Como a função principal é o
jornalismo, são boas datas para praticar a música e, além disso,
complementar a renda. Mas fora isso, gosto muito de estar com meus
filhos e minha esposa. Eles são os responsáveis pela recuperação da
energia para o dia a dia.
Rafael Pfeiffer |
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