domingo, 6 de maio de 2012

Entrevista no Crônicas - Lelê Bortholacci


Sábado passado trouxe aqui para vocês a entrevista de um gremista muito identificado com o tricolor. Hoje trago para todos, Lelê Bortholacci. Coloradaço assumido  e muito identificado com o Internacional, Lelê é produtor musical e integrante do Pretinho Básico, da Rádio Atlântida.
Nesta edição do Entrevista no Crônicas, ele fala sobre sua paixão pelo Inter, música e superstição.
Confere abaixo a entrevista:
Luciano Coimbra: Como surgiu a tua paixão pelo Sport Clube Internacional?
Lelê Bortholacci: Meu pai me fez Colorado. Quando nasci ele pendurou um par de chuteiras na porta do quarto do hospital. Na época era tradição colocar um sapato rosa se nascesse uma menina e um sapato azul se nascesse um menino. Meu pai descartou completamente colocar algo azul pra mim, por isso colocou esse par de chuteiras do tamanho de um sapato de bebê. Tenho elas até hoje, inclusive! Ainda menino ele começou a me levar no Beira Rio e minhas primeiras lembranças são do ano de 1979 onde conquistamos o Tri Brasileiro de forma invicta! Lembro perfeitamente do gol de Jair no GreNal desta campanha, que vencemos por 1×0 e mais ainda da final contra o Vasco. Um guri de 6 anos vivendo isso não tem como torcer pra outro time!

L.C.: Essa tua ligação com o Inter e com a música tem o mesmo caminho?
L.B.: Tanto meu pai quanto minha mãe sempre gostaram muito de música. Como eles se separaram muito cedo, acabei ficando com duas “fontes” distintas, pois na casa da minha mãe se ouvia muita MPB (Tom Jobim, Vinícius, Chico Buarque e MUITO Roberto Carlos) e música clássica. Já meu pai era mais chegado no pop internacional, ele ouvia direto rádio FM. Com ele conheci BB King, Eric Clapton, Peter Frampton e Stevie Wonder. Desde cedo peguei um gosto por escutar rádio FM. Eu ficava mudando de estação em estação, procurando as músicas que eu gostava. Com o passar do tempo fui conhecendo mais coisas por intermédio de amigos. Minha mãe conta, também, que nos meus primeiros dias em casa, recém nascido, quando eu chorava a noite, ela ligava um rádio, colocava ao meu lado e na hora u parava de chorar. Moral da história, a coisa veio “literalmente” de berço mesmo!

L.C.: Se pudesse colocar os melhores momentos da tua paixão pelo clube em uma trilha sonora, qual seria?
L.B.: Eu vou te dizer que os “melhores” momentos são tantos que nem sei. O Inter me deu muito mais alegrias que tristezas. E olha que eu sou da geração que mais sofreu em função da rivalidade Gre-Nal, pois quem passou pelos 80/90 tem uma postura completamente dos mais jovens da geração 2000. Eu preferiria fazer uma trilha que incluísse também os momentos ruins que passei com o Inter. Ela seria muito mais dinâmica. O sofrimento e as decepções podem ensinar muito mais que as alegrias e vitórias. Digamos que ela começaria nos anos 70 com algo “potente” da época, como Led Zeppelin, Stevie Wonder ou o Jorge Ben; nos anos 80 ela começaria bem com algumas pequenas alegrias com, digamos, um The Police. Na segunda metade ficaria muito “sombria” com as fases mais “deprês” do The Cure; já nos 90 mais sofrimento e tristeza com o Alice in Chains e uma “luz no fim do túnel” com o Nevermind do Nirvana no titulo da Copa do Brasil de 92 e 97 o gol de Fabiano ao som de “Eu quero é ver o oco” dos Raimundos. Nos anos 2000, um começo tenso com as canções mais tristes do Johnny Cash (que faleceu em 2003) e depois só alegrias com qualquer coisa do AC/DC!!!!

L.C.: Tu tens algum ritual antes de cada partida do Inter, tanto no estádio quanto em casa?
L.B.: Já tive; hoje não tenho mais. Já fui supersticioso mas isso é uma grande bobagem. Em 2006 fui a todos os jogos da Libertadores com a mesma cueca azul e achava que aquilo realmente estava dando sorte. Na real, a gente fica meio abobado mesmo quando estamos vendo nosso time no caminho certo, rumo a uma grande conquista…

L.C.: Naquele momento de folga, qual a melhor atividade de lazer?
L.B.: Bixo, meus momentos de lazer são aqueles bem tradicionais. Gosto de ficar com a família, a mulher, os amigos… Fazer um churrasco, ouvir um som, ver um filme, ler alguma coisa, brincar com a minha cachorro. Tenho uma certa “irresponsabilidade sadia” que eu faço com relação a viajar pra ver shows. Nada assim “demais”, mas gosto muito de fazer isso. Assim como gosto de viajar pra ver o Inter jogar.


Lelê Bortholacci

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