Quem é que manda mesmo?

Tava com o texto pronto ontem na minha cabeça para postar aqui no blog, só que a canseira para escrever me ganhou. Cada vez mais eu fico pasmo com os acontecimentos no universo do futebol. E também com a falta de ética de dirigentes, jogadores, empresários e todos os envolvidos com o meio.

Casos como o que vi no Flamengo me deixam estarrecidos. Quem realmente manda no futebol brasileiro? São os presidentes dos clubes, os empresários ou os jogadores e treinadores? O que é mais importante a instituição ou as pessoas?

No caso Flamengo, foi noticiado que Ronaldinho gaúcho e Assis, seu irmão e empresário, teriam feito pressão na presidente do Flamengo, Patricia Amorim para que Vanderlei Luxemburgo fosse demitido. Mesmo com um resultado positivo diante do Real Potosi que colocou o Flamengo na fase de grupos da Libertadores da América, o treinador foi demitido no dia seguinte.

Até aí, nada de anormal, visto que no futebol os resultados são sempre a maior desculpa para a demissão da comissão técnica. O que causa espanto é que na coletiva pós jogo a presidente do Fla confirmou a presença do treinador , reafirmando que o foco era o jogo de domingo contra o Olaria.

No dia seguinte, em nova coletiva foi anunciado a demissão de todo o comando do futebol, incluindo direção e comissão técnica. Uma frase de Patricia Amorim me deixou com duvidas sobre o desfecho do caso. Ela coloca que foi pega de surpresa pelo ocorrido. Como assim pega de surpresa? Quem manda no Flamengo não é a presidente, então?

Lendo sobre os bastidores da demissão do treinador fica mais evidente que o clube está refém de jogadores e empresários. Qualquer ligação que desagrade o grupo ou seus representantes será resolvida com desligamento do clube. Assim se fez com Luxemburgo e sua comissão técnica e até mesmo com o dirigente Isaías Tinoco, integrante da diretoria desde 2005 e que tinha uma forte ligação com Luxemburgo.

Alheio aos ocorridos e com contato feito, Joel Santana pediu demissão do Bahia na quinta-feira para então assumir o clube da Gávea. Não estou aqui defendendo Vanderlei Luxemburgo, longe disso, mas que a situação foi uma puxada de tapete imensa, isso foi.