sábado, 14 de janeiro de 2012

Entrevista no Crônicas - Décio Lopes

Para dar continuidade ao trabalho desse espaço que foi criado para aproximar o leitor das personalidades do jornalismo esportivo gaúcho e nacional trazemos para vocês mais uma edição do Entrevista no Crônicas.
O entrevistado de hoje é o jornalista Décio Lopes. Décio nasceu em São Paulo e vive no Rio de Janeiro. Trabalhou na Tv Globo como repórter e editor chefe do Globo Espoerte e Esporte Espetacular durante 14 anos.
Desde 2004 é apresentador do SPORTV onde tem um programa que ele mesmo produz, o Expresso da Bola e também participa de vários programas da grade principal da emissora.
Viajando à trabalho ou à lazer, já conheceu mais de 60 países e na entrevista ele nos conta qual o seu preferido.
Curta a entrevista com ele abaixo:
Luciano Coimbra: Na tua carreira jornalística, o esporte foi a primeira opção?
Décio Lopes: Sim. Na dinâmica de grupo, no concurso para estagiários da TV Globo, foi feita a pergunta sobre qual seria a sua área de preferência. Eu pensei em música (gosto muito de rock. Na época gostava mais ainda) e cultura. Mas falei esporte – outra paixão. Na época Luis Fernando Lima, hoje diretor da Central de Esportes, era chefe de redação, assistia à dinâmica e foi meu orientador.

L.C.: Nas entrevistas que você já fez para o Expresso da Bola, qual a matéria mais exótica e o entrevistado mais difícil de conseguir um contato?
D.L.: Jogadores nunca são fáceis de serem achados. Nunca. Sempre dão canseira. Mas é assim mesmo, é do processo. E acaba sendo divertido.
Hoje, depois de tantos anos, claro, a gente pega a malandragem, torna-se conhecido dos jogadores e assessores e tudo fica bem mais fácil. A gente já sabe o caminho das pedras. E, felizmente, tem credibilidade com a boleirada – o que é fundamental.
Os recordes de “canseira” ?? Rs rs rs
Robinho, sempre um clássico. Gente boa demais, meu camarada. Mas é ensaboado. Ronaldinho Gaúcho é outro. Meu camarada, gosto muito dele. Mas é muito requisitado (na epoca do Barça então…) para entrevistas. Então é pedreira.
Dois que não consegui entrevistar: Jardel, nos tempos do  Sporting. Marcamos quatro vezes mas ele não apareceu. Embora, seja importante ressaltar que sempre telefonava e inventava uma desculpa. Foi engraçado, folclórico.
Outro foi Fábio Rochemback. Imagine… Nos tempos de Sporting também. Marcou e não atendeu mais o telefone. Ainda se fosse o Maradona…
Com todos os outros, felizmente, mais cedo ou mais tarde, falamos e tivemos ótima interação. De um modo geral a boleirada é bem mais humilde e simpática do que dizem.

L.C.: De tantos lugares já visitados, qual deles você moraria e qual não voltaria por preço algum?
D.L.: Não troco o brasil por lugar algum. Moramos no melhor país do mundo. Disparado. De todo modo, gosto muito de Londres, Roma, Buenos Aires e Istambul. Moraria feliz em todos esses lugares. Já morei um ano e voltaria a viver em Paris. Com prazer.
O pior lugar onde já estive é a Índia. Realmente detestei o país, embora respeite quem goste e tenha opinião diferente. Viva a diferença! Mas, para mim, Nova Déli é uma soma do que há de mais desesperador em uma cidade.
A Arábia Saudita também não é mole, não. E eu jamais viveria em lugares onde o frio é assombroso e onde nao há luz do sol por meses seguidos. Lugares como a Escandinávia, com ótimos níveis sociais, mas onde eu realmente não gostaria de viver.

L.C.: Nas suas andanças pelo mundo, já viu conversou com muito craque, mas também deve ter visto muito amador sem oportunidade. Como o futebol consegue essa façanha de endeusar e também deixar no anonimato tantos atletas?
D.L.: O futebol, como quase tudo na vida, depende em grande parte de sorte. Do acaso. É loteria mesmo. Não basta ter talento, não basta estar em um grande clube, sob a orientação de um bom treinador…
É preciso que as coisas simplesmente aconteçam. É assim em todas as áreas, embora no futebol a diferença do sucesso para o fracasso possa ser entre a riqueza extrema e a pobreza completa.  Isso é cruel. Mas é assim que é.
Eu ouço casos incríveis de jogadores, que atuavam com grandes craques nas divisões de base. Talentos que simplesmente não deram em nada. Sem grandes motivos. Aconteceu. Ao passo que jogadores medianos estão muito bem, obrigado.
De todo modo, mesmo sabendo que parte do processo é não-controlável, o que cada um – no futebol, na engenharia, no comércio ou no jornalismo – deve fazer é esforçar-se ao máximo. Dar o melhor de si. Suar o que for possível, ter raça e sangue. Se as coisas derem certo, ótimo. Se não derem, paciência. Você fez a sua parte. Fez o que era possível.

L.C.: Nos momentos de lazer, qual é a tua prioridade?
D.L.: Ficar em casa. Conviver com a família. Viajo um bocado e tenho que aproveitar os momentos em casa. Adoro. Fico muito feliz dentro da minha casa.
Claro que quase sempre com a TV  ligada em um bom jogo de futebol. Aliás, se não for bom, tudo certo também. O importante é bola rolando.

Décio Lopes

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